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Dólar reduz alta e ronda R$3,35 com bom humor local

A moeda norte-americana chegou a subir 3,15 por cento, a 3,45 reais na máxima do dia, mas perdeu força gradualmente


	Dólar: às 11:23, o dólar avançava 0,74 por cento, a 3,3694 reais na venda, mas chegou a 3,3518 reais na mínima do pregão
 (Thinkstock/Ingram Publishing)

Dólar: às 11:23, o dólar avançava 0,74 por cento, a 3,3694 reais na venda, mas chegou a 3,3518 reais na mínima do pregão (Thinkstock/Ingram Publishing)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2016 às 11h35.

São Paulo - O dólar reduziu bastante a alta e voltou a rondar a casa dos 3,35 reais nesta sexta-feira, com o bom humor de investidores relacionado ao cenário político brasileiro compensado a pressão com a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia (UE).

A moeda norte-americana chegou a subir 3,15 por cento, a 3,45 reais na máxima do dia, mas perdeu força gradualmente.

Operadores já haviam ressaltado pela manhã que a perspectiva de medidas de bancos centrais, tanto no Brasil quanto no exterior, tenderiam a acalmar os mercados financeiros globais.

Às 11:23, o dólar avançava 0,74 por cento, a 3,3694 reais na venda, mas chegou a 3,3518 reais na mínima do pregão, com alta de 0,22 por cento.

Investidores vinham apostando que a campanha pela permanência seria vitoriosa, o que trouxe o dólar abaixo de 3,35 reais pela primeira vez em um ano na véspera. Nesta sessão, o dólar futuro avançava cerca de 1 por cento.

"O noticiário local tem sido relativamente favorável, com vitórias no Congresso e trégua nas denúncias contra o novo governo. Isso ajuda o real a ter desempenho melhor que seus pares", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta.

Ele citou medidas como a negociação da dívida dos Estados com a União e planos do presidente interino Michel Temer para limitar os gastos do governo.

O dólar abriu em forte alta nesta manhã após a campanha pela saída britânica da UE vencer por 51,89 por cento contra 48,11 por cento, forçando a renúncia do primeiro-ministro David Cameron.

"O mercado sangrou um pouco com o referendo e teve que desfazer parte do otimismo dos últimos dias. Mas o movimento é mais um ajuste do que um pânico generalizado", disse o economista da corretora Renascença Marcos Pessoa.

Ativos considerados portos-seguros, como ouro e títulos alemães, subiam, enquanto a libra esterlina chegou a despencar ao menor nível em 31 anos frente ao dólar. Em relação ao fechamento do real na quinta-feira, a libra caía cerca de 7 por cento.

Desde o início deste pregão, porém, analistas advertiam que a pressão sobre o câmbio tendia a ser limitada pela perspectiva de novos estímulos de bancos centrais estrangeiros e até mesmo a possibilidade de o Federal Reserve, banco central norte-americano, postergar o aumento de juros.

"Quando a poeira baixar, acreditamos que a decisão (do Reino Unido de deixar a UE) não deve ter efeito sustentado, especialmente fora do centro da Europa e do leste europeu", escreveram analistas do banco Societé Générale em relatório.

Em nota, o BC brasileiro destacou que está monitorando os mercados financeiros após o referendo e que, caso necessário, "adotará as medidas adequadas para manter o funcionamento normal dos mercados financeiro e cambial".

"O BC ganhou no gogó, conseguiu tranquilizar um pouco o mercado. Não vai precisar usar qualquer ferramenta, seja swap ou linha", disse o operador de um banco nacional que opera diretamente com a autoridade monetária, referindo-se aos swaps cambiais, que equivalem a compra ou venda futura de dólares.

O BC tem atuado muito pouco nos mercados cambiais nas últimas semanas, realizando apenas dois leilões de linha para rolagem desde 19 de maio.

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