Mercados

Dólar recua ante real de olho no exterior e com nova atuação do BC

Às 12:15, o dólar recuava 0,43 por cento, a 3,8600 reais na venda , depois de terminar a sessão anterior em queda de 1,04 por cento, a 3,8767 reais

Imagem de arquivo: O BC vendeu nesta sessão 13,6 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares (Andrew Harrer/Bloomberg)

Imagem de arquivo: O BC vendeu nesta sessão 13,6 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares (Andrew Harrer/Bloomberg)

R

Reuters

Publicado em 28 de novembro de 2018 às 12h38.

São Paulo - O dólar operava em queda ante o real nesta quarta-feira, sob influência de nova intervenção do Banco Central por meio de leilão de linha --venda com compromisso de recompra--, mas acompanhando a disputa comercial entre Estados Unidos e China e aguardando discurso do chairman do banco central norte-americano previsto para esta tarde.

Às 12:15, o dólar recuava 0,43 por cento, a 3,8600 reais na venda , depois de terminar a sessão anterior em queda de 1,04 por cento, a 3,8767 reais. Na mínima, a moeda foi a 3,8454 reais. O dólar futuro tinha queda de 0,25 por cento.

"Leilão de linha e exterior estão garantindo a queda do dólar, mas acho que o leilão aqui pesa mais. O BC está dando liquidez para o mercado nessa época de saída. A tendência é o dólar dar uma estabilizada ao redor de 3,70 reais até o final do ano", disse o gerente de câmbio da corretora Ourominas, Mauriciano Cavalcanti.

Depois de o dólar subir 4,75 por cento ante o real em cinco pregões seguidos de alta, o Banco Central anunciou para a véspera leilão de 2 bilhões de dólares em linha, vendido integralmente, e outra oferta de 1 bilhão de dólares para esta quarta-feira.

"Se o dólar voltar para um patamar mais 'normal', o BC pode interromper esses leilões. Caso contrário, pode vir a fazer até diariamente", disse Cavalcanti.

O BC vendeu nesta sessão 13,6 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 11,560 bilhões de dólares do total de 12,217 bilhões de dólares que vence em dezembro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

No exterior, o ambiente está mais tranquilo neste pregão, depois que o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse na véspera que uma reunião entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu colega chinês, Xi Jinping, na cúpula do G20 é uma oportunidade para "virar a página" sobre a disputa comercial.

Dessa forma, ele suavizou as declarações dadas por Trump na véspera de que era "altamente improvável" que ele aceitasse um pedido da China para suspender o aumento das tarifas.

O resultado da segunda revisão do Produto Interno Bruto do terceiro trimestre norte-americano, esperada pelo mercado, não trouxe surpresas e teve efeito contido sobre as cotações.

Os investidores agora aguardam discurso do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, à tarde, que pode dar um indício mais claro sobre a trajetória de juros do país.

A preocupação com a desaceleração econômica mundial em meio ao ambiente comercial mais hostil tem levado os investidores a avaliarem que o banco central dos EUA pode ser mais sutil na trajetória de aumento de juros no país.

Se isso acontecer, o movimento beneficiaria emergentes como o Brasil ao manter a atratividade de ativos desses mercados aos investidores.

"Caso o impasse entre os EUA e a China não chegue a nenhuma conclusão, a tendência de elevações mais pontuais de juros começa a perder força, na expectativa por uma atividade econômica com menor crescimento, dirimindo a necessidade do contínuo aperto", escreveu a gestora Infinity em relatório.

À espera de Powell, que fala às 15h (horário de Brasília) o dólar rondava a estabilidade ante a cesta de moedas e operava misto ante emergentes, em queda ante o peso chileno e alta ante o rublo.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCâmbioDólar

Mais de Mercados

Realização de lucros? Buffett vende R$ 8 bilhões em ações do Bank of America

Goldman Sachs vê cenário favorável para emergentes, mas deixa Brasil de fora de recomendações

Empresa responsável por pane global de tecnologia perde R$ 65 bi e CEO pede "profundas desculpas"

Bolsa brasileira comunica que não foi afetada por apagão global de tecnologia

Mais na Exame