Exame Logo

Dólar passa a cair ante o real com ação do BC e fluxo

Mais cedo, a moeda norte-americana foi negociada em alta diante da sinalização da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, de maiores altas de juros nos EUA

Dólar: às 12:14, a moeda americana recuava 0,44 por cento, a 3,2047 reais na venda, depois de ter ido a 3,1992 reais na mínima do dia (Ricardo Moraes/Reuters/Reuters)
R

Reuters

Publicado em 19 de janeiro de 2017 às 12h20.

São Paulo - O dólar operava em baixa ante o real nesta quinta-feira, influenciado pela atuação um pouco mais pesada do Banco Central no mercado de câmbio e por algum fluxo pontual de ingresso de recursos.

Mais cedo, a moeda norte-americana foi negociada em alta diante da sinalização da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, de maiores altas de juros nos Estados Unidos neste ano e com cautela um dia antes da posse do presidente eleito norte-americano, Donald Trump.

Veja também

Às 12:14, o dólar recuava 0,44 por cento, a 3,2047 reais na venda, depois de ter ido a 3,1992 reais na mínima do dia e a 3,2325 reais na máxima. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,9 por cento.

"A leitura de que o BC vai rolar integralmente o swap de fevereiro deu leveza à moeda aqui", comentou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora nacional.

O BC brasileiro anunciou na noite passada aumento na oferta de swap tradicional --equivalente à venda futura de dólares-- para 15 mil contratos nesta sessão. Com isso, sinalizou que pretende rolar o estoque total que vence em fevereiro, equivalente a 6,431 bilhões de dólares. Até então, o BC vinha vendendo 12 mil contratos swaps por leilão.

Em entrevista a jornalistas, o presidente do Banco Central, Ilan Golfajn, disse que, em princípio, a ideia é mesmo rolar integralmente os vencimentos de fevereiro.

Alguns profissionais comentaram também que houve algum fluxo de ingresso de recursos, o que contribuía para o recuo do dólar ante o real, na contramão do exterior.

O dólar subia ante uma cesta de moedas e outras divisas de países emergentes, como o peso mexicano e a lira turca.

"Todo o mundo está na expectativa para a posse de Trump. Além disso, a Yellen foi um pouco mais dura do que o encontro do Fed em dezembro", comentou o diretor de operações da corretora Mirae, Pablo Spyer.

Com a economia dos Estados Unidos perto do pleno emprego e a inflação no caminho para o objetivo de 2 por cento do Fed, "faz sentido" para o banco central norte-americano elevar gradualmente as taxas de juros, afirmou na véspera Yellen.

Segundo ela, "esperar muito tempo para começar a mover-se em direção à taxa neutra poderia levar a uma surpresa desagradável no caminho, ou muita inflação, instabilidade financeira, ou ambos". "Nesse cenário, poderíamos ser forçados a elevar as taxas de juros rapidamente, o que por sua vez poderia levar a economia a uma nova recessão", acrescentou.

A chegada de Trump ao poder da maior economia do mundo também deixava os mercados atentos, com medo de que sua política econômica seja inflacionária e obrigue o Fed a elevar ainda mais os juros. Se isso se concretizar, recursos aplicados hoje em outras praças, como a brasileira, poderiam migrar aos Estados Unidos em busca de mais rendimentos.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDólarEstados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve SystemJanet YellenJurosSwap

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mercados

Mais na Exame