Mercados

Dólar opera em torno de R$ 2,02 após atuações do BC

A moeda norte-americana tem oscilação positiva de 0,04%

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2012 às 13h29.

São Paulo - O dólar operava perto da estabilidade ante o real nesta quarta-feira, após as recentes intervenções do Banco Central no mercado de câmbio, que afastaram a moeda do piso informal de 2 reais, limitarem variações mais expressivas.

Às 12h11, a moeda norte-americana tinha oscilação positiva de 0,04 por cento, para 2,0236 reais, variando entre 2,0264 reais na máxima da sessão e 2,0221 reais na mínima.

"O BC quer gerar estabilidade para que os empresários possam fazer negócios, e para isso ele precisa evitar volatilidade. Com o dólar num patamar confontável, o mercado fica parado", afirmou o diretor-executivo da NGO Corretora em São Paulo, Sidnei Nehme.

Desde o início da semana passada, quando o dólar ameaçou cair abaixo de 2 reais com a melhora do humor no exterior, o BC interveio por meio de quatro leilões de swap cambial reverso, operações que equivalem a compras de dólares no mercado futuro.

Na última sessão, a autoridade monetária não atuou mesmo com a moeda operando em terreno negativo. No entanto, o dólar foi negociado durante a sessão em torno de 2,02 e 2,03 reais.

"O dólar vai flutuar aí. O BC mostrou que monitora a moeda para que ela fique dentro da zona de conforto", disse Nehme.

"Essa é a faixa que o governo entende que não há pressão inflacionária e que é boa para a competitividade da indústria brasileira", emendou, dizendo que para ele o BC está mantendo a moeda entre uma faixa mais estreita entre 2 reais e 2,05 reais.

Entretanto, ainda existe um teto informal de 2,10 reais, uma vez que a autoridade monetária atuou na ponta vendedora no final de junho, quando o dólar ameaçou ultrapassar esse nível.

Autoridades brasileiras têm defendido um real mais desavalorizado a fim de deixar os produtos das empresas brasileiras mais competitivos no exterior, em meio a esforços do governo para estimular a atividade econômica.

O dólar tem sido pressionado nas últimas sessões depois que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, afirmou na semana passada que comprará 40 bilhões de dólares em dívida hipotecária por mês até que as perspectivas de emprego melhorem substancialmente no país.


Na esteira dessa ação, o banco central do Japão também afrouxou sua política monetária nesta quarta-feira ao aumentar seu programa de compra de ativos, ao passo que as perspectivas de recuperação de curto prazo da terceira maior economia do mundo pioraram devido ao enfraquecimento das exportações e à prolongada desaceleração do crescimento chinês.

Tais injeções de liquidez podem se dirigir para mercados emergentes como o Brasil, com investidores em busca de rendimento maiores. Mostrando preocupação com os efeitos dessas medidas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na terça-feira que o estímulo do Fed irá criar muitos problemas para países emergentes e que o Brasil agirá para evitar que o real se valorize.

Em relação a uma cesta de moedas, o dólar perdia 0,21 por cento, enquanto o euro operava perto da estabilidade.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioCâmbio flutuanteDólarMoedas

Mais de Mercados

BC eleva o limite de operações de câmbio feitas em instituições não bancárias para US$ 500 mil

Pragmatismo é maior que do último governo do PT e temor deve arrefecer, diz gestor da Mantaro

Vitória de Trump pode aumentar o preço do dólar, avalia Gavekal Research

Propostas de Trump podem pressionar inflação nos EUA, diz estrategista da BlackRock

Mais na Exame