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Dólar firma alta e se aproxima de R$4,08 com cenário externo

Às 11:58, o dólar avançava 0,37 por cento, a 4,0710 reais na venda, depois de ter tocado 4,0845 reais na máxima do pregão

Dólar abandonou a tentativa de correção do início do dia e firmava trajetória de alta ante o real (Yekorzh/Thinkstock)

Dólar abandonou a tentativa de correção do início do dia e firmava trajetória de alta ante o real (Yekorzh/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 23 de agosto de 2018 às 12h08.

São Paulo - O dólar abandonou a tentativa de correção do início do dia e firmava trajetória de alta ante o real nesta quinta-feira acompanhando o cenário externo, após Estados Unidos e China aplicarem nova rodada de tarifas comerciais entre si.

Os investidores também seguiam cautelosos diante do noticiário político doméstico, depois que a preocupação com as perspectivas para a eleição levou o dólar para o patamar de 4 reais.

Às 11:58, o dólar avançava 0,37 por cento, a 4,0710 reais na venda, depois de ter tocado 4,0845 reais na máxima do pregão e 4,0403 reais na mínima. Nos últimos seis pregões, a moeda já havia acumulado valorização de 4,89 por cento. O dólar futuro tinha avanço de cerca de 0,80 por cento.

"O investidor corrige um pouco, mas não quer ficar vendido (aposta na queda do dólar) em dólar. Não há muito espaço para realização maior com as notícias atuais", afirmou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior.

Ele se referia ao cenário eleitoral bastante incerto, depois que pesquisas de intenção de votos divulgadas nos últimos dias mostraram que o candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB), preferido do mercado, continuava sem ganhar tração e com a possibilidade de o PT ir para o segundo turno, cenário até então não previsto pelos investidores.

"Acho que precisamos de mais tempo para ver se vai mudar o panorama eleitoral", acrescentou Faria Júnior ao lembrar do início da campanha eleitoral no rádio e na televisão, no próximo dia 31, e a definição sobre a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril e que deve ser impedido de concorrer por se enquadrar na Lei da Ficha Limpa.

No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas impulsionado pela incerteza política, nova rodada de tarifas comerciais e pela ata da última reunião do banco central dos Estados Unidos, que sinalizou aumento da taxa de juros em setembro.

Os Estados Unidos e a China intensificaram a sua guerra comercial que já dura meses, implementando tarifas de 25 por cento sobre 16 bilhões de dólares em produtos um do outro, abalando os investidores que buscavam segurança no dólar.

O dólar também subia ante divisas de países emergentes, com destaque para o rand sul-africano, depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, expressou no Twitter suas preocupações sobre a reforma agrária do país, e o rublo, com o aumento do risco de mais sanções dos EUA à Rússia.

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 4,08 bilhões de dólares do total de 5,255 bilhões de dólares que vence em setembro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

Analistas ouvidos pela Reuters avaliam que, por enquanto, o BC não deve interferir no mercado cambial, uma vez que o movimento do real, apesar de pautado principalmente pela cena eleitoral, não está muito diferente do comportamento de outras divisas emergentes. Além disso, não há falta de liquidez no mercado, nem fuga de capital.

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