Dólar: a máxima de R$ 3,1150 (+1,10%) foi alcançada na parte da manhã, quando a moeda esteve bastante pressionada pela alta no exterior e pela expectativa em relação a uma possível mudança da meta fiscal (thinkstock)
Da Redação
Publicado em 23 de junho de 2015 às 18h01.
São Paulo - O dólar passou esta terça-feira, 23, em alta ante o real, mas desacelerou o ritmo no período da tarde, quando bateu as mínimas da sessão, depois que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse ser "precipitado querer fazer qualquer movimento em relação à meta fiscal".
Rumores sobre uma possível sinalização da redução da meta do superávit primário na coletiva que Levy concederia à tarde, juntamente com a pressão de alta no exterior, sustentaram a valorização da moeda americana ao longo do dia.
O dólar à vista de balcão fechou na mínima de R$ 3,083 (+0,06%), com volume de US$ 759 milhões perto das 16h30. O dólar para julho era negociado em R$ 3,091, em alta de 0,08%.
A máxima de R$ 3,1150 (+1,10%) foi alcançada na parte da manhã, quando o dólar esteve bastante pressionado pela alta no exterior e pela expectativa em relação a uma possível mudança da meta fiscal que pudesse colocar em risco a nota soberana do Brasil pelas agências de rating.
Lá fora, ainda no aguardo de um acordo entre a Grécia e seus credores sobre o pagamento da dívida de 1,6 bilhão de euros que vence no dia 30, os investidores reagiram a declarações do diretor do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Jerome Powell, de que as condições econômicas levadas em consideração pelo banco central para guiar a política monetária podem atingir os níveis ideais para a elevação de juros em setembro.
Segundo ele, a previsão inclui ainda um novo aumento dos juros em dezembro. A fala do dirigente deu força ao dólar, principalmente ante o euro.
Internamente, o mercado aguardava pela entrevista de Levy, pois o ministro teria dado aval para que parlamentares da base aliada deflagrassem a articulação política visando a mudança da meta de superávit, que poderia cair de 1,1% para 0,6% do PIB neste ano.
O vice-presidente da Moody's, Mauro Leos, comentou que uma diminuição da meta para este ano "somente confirmará a nossa expectativa de enfraquecimento da força financeira, o que põe pressão adicional no rating" do Brasil.
Ele manifestou, porém, que a perspectiva negativa do País perante a agência de rating "já contempla um superávit primário vindo abaixo da meta" em 2015.
Porém, na entrevista, Levy negou que tenha conversado com senadores sobre a redução da meta de superávit. "É um pouco precipitado querer fazer qualquer movimento em relação à meta", disse. A sinalização do ministro trouxe alívio para o câmbio doméstico, com o dólar reduzindo os ganhos ante o real.