Dólar fecha em leve queda, em linha com o alívio externo
O dólar recuou 0,12 por cento, a 3,8415 reais na venda, depois de ir a 3,8657 reais na máxima do dia
Reuters
Publicado em 18 de julho de 2018 às 17h19.
Última atualização em 18 de julho de 2018 às 17h31.
São Paulo - Depois de operar com alta nas primeiras horas do pregão, o dólar fechou em queda ante o real nesta quarta-feira pelo segundo dia consecutivo em linha com o alívio externo com o reforço da mensagem de altas graduais de juros nos Estados Unidos.
As negociações dos partidos em torno de alianças para a disputa da Presidência da República em outubro também permanece no radar de investidores.
O dólar recuou 0,12 por cento, a 3,8415 reais na venda, depois de ir a 3,8657 reais na máxima do dia. O dólar futuro era negociado com baixa de cerca de 0,1 por cento no final da tarde.
No cenário externo, o reforço da mensagem de que o banco central dos Estados Unidos manterá o ritmo gradual de aumentos de juros e a ausência de retórica forte no dia sobre disputas comerciais levou o mercado a desarmar algumas posições e permitir a queda do dólar ante o real, explicou José Carlos Amado, operador da corretora Spinelli.
"Abriu um pouco mais em linha com a variação do dólar frente a moedas mais fortes, depois o mercado acabou mudando com os dados americanos, e o Powell, que manteve a mesma conversa de ontem, um certo gradualismo... Trump também está com um tom mais ameno, acabou mudando e o câmbio perdeu força lá fora", disse.
O dólar recuou de uma máxima de três semanas nesta quarta-feira, com investidores realizando lucros com o avanço da moeda depois de dois dias de testemunho do chairman do Federal Reserve , banco central dos EUA, Jerome Powell, reforçando uma perspectiva econômica forte.
Contra uma cesta das seis principais moedas, o dólar, subiu para o nível mais alto em três semanas a 95,4 antes de firmar em torno de 95,11, alta de 0,17 por cento.
Powell reforçou expectativas de que o banco central norte-americano manterá o ritmo gradual de elevação dos juros e elevará a taxa mais duas vezes neste ano.
Operadores também viram sinais de que as autoridades estão confortáveis com o aumento de quase 6 por cento do dólar em relação às divisas rivais nos últimos três meses. Juros elevados têm potencial de atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.
Internamente, a incerteza sobre as eleições presidenciais de outubro davam suporte ao dólar em uma cotação mais alta contra o real, segundo Amado.
O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 14 mil swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem dos contratos que vencem em agosto, no total de 14,023 bilhões de dólares.
Com isso, rolou o equivalente a 8,4 bilhões de dólares do total que vence no próximo mês. Como tem feito recentemente, o BC não anunciou intervenção extraordinária no mercado de câmbio neste pregão, por enquanto.