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Dólar fecha em alta com fala de Tombini e exterior

A divisa norte-americana passou a avançar após o presidente do BC ter afirmado que o órgão irá acumular reservas internacionais caso as condições de mercado o permitam


	Dólar: a moeda encerrou a sessão com alta de 0,25% no balcão
 (Chung Sung-Jun/Getty Images)

Dólar: a moeda encerrou a sessão com alta de 0,25% no balcão (Chung Sung-Jun/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2013 às 17h32.

São Paulo - Após operar no território negativo na maior parte da sessão, o dólar à vista passou a registrar ganhos à tarde, em reação a comentários do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini.

Em palestra em Nova York, ele afirmou que o BC vai acumular reservas internacionais "se as condições de mercado permitirem", o que disparou um movimento de alta do dólar, favorecido ainda pelo ambiente externo, onde persistiam preocupações com a eleição na Itália.

A moeda norte-americana fechou cotada a R$ 1,9770 no balcão, em alta de 0,25%. Na mínima, perto das 10 horas, marcou R$ 1,9650 (-0,35%) e, na máxima, após as 16 horas, foi cotada a R$ 1,9790 (+0,35%). Da mínima para a máxima, a oscilação foi de +0,71%. Com o movimento desta sessão, o dólar acumula queda de 3,33% no ano.

Às 16h30, a clearing de câmbio da BM&F registrava giro financeiro à vista de US$ 2,848 bilhões. O dólar pronto da BM&F fechou em leve baixa de 0,04%, a R$ 1,97050, com apenas três negócios. No mercado futuro, o dólar para março subia 0,10% no mesmo horário, a R$ 1,9760.

À tarde, Tombini ressaltou que o BC pode voltar a comprar reservas, se o cenário econômico permitir e está a postos para agir no mercado de câmbio se houver volatilidade excessiva. Apesar de falar de câmbio, inflação e crescimento da economia, Tombini não fez menções diretas aos juros na economia brasileira.

"A fala de Tombini foi fundamental para a alta do dólar", comentou Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora. "Ao dizer que o BC pretende acumular reservas assim que o mercado permitir, ele sinalizou que a autoridade monetária vai comprar moeda. Só não se sabe quando", acrescentou.

O comentário foi suficiente para fazer o dólar, que oscilava perto da estabilidade, avançar de forma firme no balcão. A alta foi amplificada pelo cenário externo, onde os investidores seguiam à espera do resultado das eleições italianas.

Pela manhã, o euro mostrava ganhos ante o dólar, diante da expectativa de que a disputa na Itália seria vencida pela coalizão de centro-esquerda liderada por Pier Luigi Bersani, segundo pesquisas de boca de urna. O ambiente piorou, no entanto, após algumas projeções preliminares indicarem que a aliança de centro-direita do ex-premiê Silvio Berlusconi estava no páreo.

Pouco antes do fechamento dos negócios no mercado à vista brasileiro, o euro ampliou as perdas ante o dólar, o que deu fôlego para a alta do dólar ante o real. Lá fora, o dólar norte-americano também registrava ganhos, no fim da tarde, em relação a algumas das principais moedas com elevada correlação com commodities.

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