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Dólar fecha com leve alta, no patamar de R$3,40

O dólar fechou com leve alta e voltou à casa dos R$ 3,40 com discurso do Fed e diante da chance de o Banco Central intervir no mercado


	Nota de dólar: dólar avançou 0,20 por cento, a 3,4062 reais na venda
 (leviticus/Thinkstock)

Nota de dólar: dólar avançou 0,20 por cento, a 3,4062 reais na venda (leviticus/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2016 às 17h25.

São Paulo - O dólar fechou com leve alta e voltou à casa dos 3,40 reais nesta terça-feira, após a chair do Federal Reserve, Janet Yellen, repetir o discurso de que o banco central norte-americano será cauteloso ao elevar os juros e diante de dúvidas sobre a possibilidade de o Banco Central brasileiro intervir no mercado.

A pressão foi limitada pela perspectiva de que o referendo britânico de quinta-feira resulte na permanência da Grã-Bretanha na União Europeia (UE), mas operadores mantiveram a cautela diante de evidências de que a disputa será acirrada.

O dólar avançou 0,20 por cento, a 3,4062 reais na venda. A moeda norte-americana caiu mais de 1 por cento na mínima da sessão e foi a 3,3560 reais, menor nível intradia desde 31 de julho de 2015 (3,3346 reais).

O dólar futuro subia cerca de 0,30 por cento no fim desta tarde.

"Você soma alguma realização depois que a Yellen não trouxe novidades com o nervosismo sobre possível atuação do BC e isso é suficiente para dar um pouco de suporte ao câmbio", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

Yellen afirmou que os riscos internacionais e a desaceleração das contratações justificam a postura cautelosa para elevar os juros.

Embora o discurso sugira que o Fed não deve retomar o aperto tão cedo, algo que tende a ajudar mercados emergentes, alguns operadores que haviam se preparado para sinalizações mais contundentes fecharam essas apostas, julgando que o pronunciamento não trouxe novidades.

Mais cedo, operadores já haviam ressaltado que o dia poderia mostrar volatilidade relacionada à intervenção cambial do BC brasileiro. A autoridade monetária --agora sob a batuta de Ilan Goldfajn-- não fez qualquer intervenção neste mês, mesmo diante da possibilidade de o dólar fraco afetar as exportações.

Isso significa que o mercado brasileiro deve continuar sensível nos próximos dias, com investidores ora testando a disposição do BC de atuar, ora comprando dólares para se antecipar a essa possibilidade. "O mercado quer saber com clareza qual a estratégia do BC", disse o operador de uma gestora de recursos nacional.

Nesta tarde, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, afirmou que a autoridade monetária aguarda a definição de alguns riscos externos para decidir se vai atuar no mercado cambial.

No Brasil, operadores citaram ainda conversas no mercado sobre possíveis saídas de recursos estrangeiros do país após a Oi entrar com pedido de recuperação judicial. A ação da operadora de telefonia móvel desabava cerca de 20 por cento nesta sessão.

O dólar abriu em forte queda ante o real nesta sessão após novas pesquisas mostrarem vantagem da campanha britânica pela permanência na UE, mas reduziu as perdas após levantamento mostrar que a vantagem diminuiu.

Operadores temem que eventual saída provoque fuga de ativos de risco, golpeando moedas de países emergentes como o Brasil.

O cenário político brasileiro também continuou no centro das atenções. Na véspera, o governo fechou acordo de renegociação da dívida dos Estados com a União que garante aos entes da federação seis meses de carência para o pagamento de suas dívidas.

"Essa vitória é vista como nova demonstração de força política do presidente interino, Michel Temer", escreveram analistas da corretora H.Commcor em nota a clientes.

Ainda assim, operadores mantinham a cautela diante da possibilidade de novas denúncias enfraquecerem o governo Temer e dificultarem a aprovação de medidas de austeridade fiscal no Congresso.

Texto atualizado às 17h24

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