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Dólar fecha 4ª semana seguida em alta com temores sobre vírus na China

A moeda norte-americana encerrou o pregão desta sexta-feira em alta de 0,45%, sendo negociada a R$ 4,18 na venda

Dólar: moeda americana fecha em alta nesta sexta-feria (24) (halduns/Getty Images)

Dólar: moeda americana fecha em alta nesta sexta-feria (24) (halduns/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 24 de janeiro de 2020 às 17h28.

Última atualização em 24 de janeiro de 2020 às 18h04.

São Paulo — O dólar fechou em alta contra o real nesta sexta-feira e engatou a quarta semana consecutiva de ganhos, mais longa sequência do tipo em cerca de cinco meses, puxado por um dia de aversão global a risco por causa dos temores sobre um vírus oriundo da China.

Os temores sobre o coronavírus aumentaram depois de um segundo caso ter sido reportado nos Estados Unidos. Na sequência, a França anunciou também dois casos confirmados. O vírus já matou 26 pessoas e infectou mais de 800, com a maioria dos casos e todas as mortes sendo registradas na China.

O dólar à vista fechou em alta de 0,45%, a 4,1856 reais na venda. Na semana, a cotação acumulou ganho de 0,50%, movimento ditado pelo desempenho desta sessão. Em quatro semanas consecutivas de valorização, a moeda se fortaleceu 3,35%. Na B3, o dólar futuro de maior liquidez registrava alta de 0,35%, a 4,1875 reais. No exterior, o índice do dólar subia 0,19%, chegando a alcançar uma máxima desde 2 de dezembro do ano passado.

O receio econômico do mercado é que o surto afete a demanda dos consumidores e tenha impactos mais diretos e abrangentes sobre a atividade econômica.

Várias divisas consideradas de risco se depreciavam ante o dólar nesta sessão, enquanto moedas seguras, como iene japonês, ganhavam terreno. As bolsas de valores dos Estados Unidos caíam.

No plano local, o mercado monitorou ainda declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que o movimento atual de desvalorização do real "desta vez é bem diferente" do visto no passado, uma vez que tem ocorrido concomitantemente a queda nos prêmios de risco.

As declarações referendam entendimento no mercado de que o BC não vê urgência em atuar para impedir uma desvalorização mais acentuada do real, que ao cair 4,1% no acumulado de janeiro tem o pior desempenho entre 33 rivais do dólar.

"O mercado entende que o BC atua para conter volatilidade", disse Felipe Pellegrini, gerente de tesouraria do Travelex Bank. "A piora do real neste mês é em parte uma devolução dos ganhos de dezembro e, no ano, dificilmente deveremos ver a moeda oscilando abaixo de 4 ou acima de 4,40 (por dólar)", acrescentou Pellegrini.

A última atuação do BC no mercado cambial via leilões ocorreu em 20 de dezembro passado, quando a autoridade monetária vendeu 465 milhões em dólar à vista e, ao mesmo tempo, negociou 9.300 contratos de swap cambial reverso --como parte da estratégia de trocar posição cambial do mercado de derivativos por dólar spot.

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