Dólar em queda e bolsa em alta: as primeiras reações no mercado após desistência de Biden
Decisão foi anunciada em carta publicada em rede social do atual presidente dos EUA
Repórter
Publicado em 21 de julho de 2024 às 20h45.
Última atualização em 21 de julho de 2024 às 20h47.
No mercado, que já vinha operando sob a perspectiva de uma eventual vitória de Trump, agora deve passar a avaliar um novo cenário com uma nova candidata na disputa pela Casa Branca. As primeiras reações foram sentidas ainda na noite de domingo, com a abertura do câmbio e do mercado de futuros americano.
Nos Estados Unidos, os principais índices de ações registram firmes altas, com destaque para o índice Nasdaq futuro, que lidera os ganhos subindo cerca de 0,7%. O futuro do Russell 2000 é o que sobe menos, apenas 0,2%. O Russell, com maior presença de empresas menores e mais ligadas à atividade local, vinha sendo apontado por especialistas como um dos mais favorecidos em caso de vitória de Donald Trump, dado o discurso de aumentar as tarifas sobre importados.
A alta das bolsas de valores é acompanhada pela queda dos rendimentos dos títulos de 10 anos do Tesouro dos Estados Unidos, que recuam 0,45% (0,02 ponto percentual). O título é considerado um maestro dos mercados, dado seu nível de segurança, e casas como a Gavekal Research e o Goldman Sachs vinham apontando uma maior probabilidade de uma eventual vitória de Trump levar a taxas mais altas. Isso, segundo os analistas, seria puxado pela piora da percepção fiscal, já que Trump planeja reduzir os impostos sobre as empresas.
As tarifas [sobre importações] fazem subir os preços ao consumidor e aumentam a procura de trabalhadores industriais nacionais, sendo que ambos são inflacionários. Como resultado, espera-se que o Fed mantenha o juro mais alto, o que tende a apoiar o dólar, tornando as fábricas norte-americanas menos competitivas”, diz a Gavekal em relatório.
Dólar em queda
A queda do rendimento dos títulos, por sua vez, contribui para um cenário mais frouxo no câmbio, com o dólar se desvalorizando frente a uma série de moedas, como o euro, a libra esterlina e o iene japonês. O índice DXY, que mede a variação do dólar contra as principais divisas do mundo, cai 0,2%. As negociações de câmbio envolvendo a moeda brasileira terão início na segunda, às 9h.