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Dólar descola do exterior e sobe 0,5% com especulação

Os investidores voltaram a testar o Banco Central nesta sexta-feira

O dólar está cotado em 1,9937 real (Getty Images)

O dólar está cotado em 1,9937 real (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2012 às 12h14.

São Paulo - O dólar descolava no cenário externo e avançava ante o real nesta terça-feira, com os investidores voltando a testar o Banco Central numa tentativa de identificar uma eventual a banda informal de intervenção da autoridade monetária, segundo operadores. Às 11h36 (horário de Brasília), a moeda norte-americana avançava 0,52 por cento, para 1,9937 real. Frente a uma cesta de moedas, o dólar tinha perdas de 0,27 por cento. "Como o BC não entrou no mercado ontem...O mercado está testando o BC", afirmou o economista-chefe do CM Capital Markets, Darwin Dib, lembrando a sequência de quatro atuações da seguidas na semana passada.

A autoridade monetária interveio no câmbio por meio de leilões de swap tradicional -operação que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro- em quatro de cinco sessões na última semana, fazendo com o dólar se valorizasse ante o real no período, contrariando o movimento de outras moedas de países emergentes. Na segunda-feira, entretanto, o BC não atuou no mercado de câmbio e a divisa dos Estados Unidos continou em queda, com encerrando o dia com perda de 0,56 por cento, cotada a 1,9833 real. Isso ocorreu porque, na sexta-feira, o BC realizou um leilão logo no início da manhã e com o dólar estável, para evitar volatilidades.

Segundo a estrategista de câmbio para a América Latina do RBS, Flavia Cattan-Naslausky, o mercado está buscando entender qual taxa leva o BC a intervir. "O mercado está tentando encontrar a tolerância do Banco Central. Por enquanto, tem na cabeça que é (a taxa de) 2,05 reais", disse. Diante desse movimento especulativo, Dib, do CM, acredita que a autoridade monetária voltará a atuar nesta sessão por meio de leilão de swap tradicional, caso o movimento de alta se intensifique. Ele defende ainda que, embora o governo fale que o câmbio a 2 reais não é preocupante, tal nível pode causar impactos inflacionários se persistir por muito tempo.

"Uma taxa de 1,85 real a 1,90 real parece mais confortável para o governo", disse. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na segunda-feira à Reuters que o câmbio atual, com o dólar perto de 2 reais, é benigno e não pressionará a inflação, porque será compensado por outras variáveis, como os preços em queda das commodities.

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