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Dólar cai pelo 3º dia seguido e fecha semana em queda de 4,5%

Membro do BC volta a falar de poder de atuação da autarquia; na quarta, Roberto Campos disse que poderia intervir no câmbio até onde fosse necessário

Dólar: moeda cai, apesar do pessimismo externo (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: moeda cai, apesar do pessimismo externo (Gary Cameron/Reuters)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 22 de maio de 2020 às 16h14.

Última atualização em 22 de maio de 2020 às 17h22.

A moeda americana fechou em queda pelo terceiro dia consecutivo e terminou a semana com desvalorização de 4,54%. Nesta sexta-feira, 22, o dólar comercial caiu 0,2% e encerrou cotado a 5,574 reais.

No radar dos investidores esteve as falas do diretor de política econômica do Banco Central, Fábio Kanczuk, que, nesta manhã, disse quea autarquia está “muito bem” preparada para corrigir distorções no câmbio e que vê com cautela novos cortes de juros.

“Esse Banco Central é bem menos intervencionista do que era em outros governos. Com essas declarações, ele sinaliza que pode intervir se tiver variação muito discrepante”, disse Fabrizio Valloni, chefe da mesa de câmbio da Frente Corretora.

Na quarta-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a autarquia poderia aumentar a atuação no câmbio "se necessário".

Em mais uma sessão volátil, o dólar chegou a virar para alta na última hora de negociação, com os investidores cautelosos sobre o conteúdo da gravação da reunião ministerial do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a CNN, o ministro Celso de Mello decidiu quebrar o sigilo do vídeo.

“O dólar sentiu um pouco, mas não foi uma alta tão elevada. Vamos ver o conteúdo de tudo isso”, comentou Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos.

Pela manhã, a moeda americana abriu em alta, com os temores sore a possibilidade de a China impor novas leis de segurança nacional em Hong Kong e piorar sua já deteriorada relação com os Estados Unidos.

Na véspera, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que poderia reagir “fortemente” se a China seguir com seus planos de impor leis de segurança nacional em Hong Kong.

“O receio é que tal decisão volte a estimular protestos na região e, sobretudo, coloque em xeque a primeira fase do acordo entre as duas potências”, escreveu, em nota, Ricardo Filho, analista da Correparti.

No exterior, o dólar ganhou força ante a maioria das principais divisas emergentes, como o rublo russo, lira turca e a rúpia indiana. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas desenvolvidas, também subiu.

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