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Dólar comercial fecha estável a R$ 1,826

São Paulo - Ao mesmo tempo em que deixou claro que a recuperação da economia norte-americana ainda tem um longo caminho a percorrer, a fala de Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), no Congresso americano contribuiu para reduzir parte da aversão ao risco vista nos dois últimos dias. Ao sinalizar que […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h43.

São Paulo - Ao mesmo tempo em que deixou claro que a recuperação da economia norte-americana ainda tem um longo caminho a percorrer, a fala de Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), no Congresso americano contribuiu para reduzir parte da aversão ao risco vista nos dois últimos dias. Ao sinalizar que os juros dos Fed Funds, referência dos juros básicos nos Estados Unidos, devem se manter no nível historicamente baixo de zero a 0,25% ao ano por um bom tempo, Bernanke deixou aberta a porta para a apreciação de outras moedas, mas no mercado doméstico a falta de uma trajetória levou o dólar à estabilidade ante o real.

O dólar comercial fechou estável a R$ 1,826 no mercado interbancário de câmbio. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar à vista teve variação de 0,04%, encerrando o pregão a R$ 1,8245. O dólar comercial acumula em fevereiro baixa de 3,13% e no ano, alta de 4,76%. O euro comercial subiu 0,12% para R$ 2,471.

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No segmento de câmbio turismo, o dólar caiu 0,52% para R$ 1,903 (venda) e R$ 1,777 (compra), em média. O euro turismo recuou 0,54% para R$ 2,583 (venda) e R$ 2,35 (compra), em média.

Ainda nos EUA, as vendas de imóveis residenciais novos despencaram 11,2% em janeiro ante dezembro, para uma taxa anual sazonalmente ajustada de 309 mil unidades. Essa foi a terceira queda consecutiva das vendas, e o nível atingido foi o menor registrado desde o início da série, em 1963. Economistas consultados pela Dow Jones previam aumento de 3,8% das vendas, para 355 mil. "A fala de Bernanke e os indicadores mostram que ainda vai levar muito tempo para uma recuperação da economia americana", afirmou Mario Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora.

Os dados da Europa também não são muito animadores. A economia da Alemanha, maior economia do bloco, ficou estagnada no quarto trimestre do ano passado, confirmando estimativas preliminares. O Produto Interno Bruto (PIB) do país ficou estável em relação ao terceiro trimestre, e teve contração de 2,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior, e diminuiu 5% em todo o ano de 2009. Esse foi o pior resultado da maior economia da Europa em seus 60 anos de República Federal.

Além disso, a agência de classificação de risco Standard & Poor's alertou que poderá rebaixar a classificação da dívida soberana da Grécia em uma ou duas notas no mês que vem, o que poderia colocar o rating de longo prazo do país ao nível "junk". A Grécia tem déficit que ultrapassou 12% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, quatro vezes o limite máximo definido pelas regras orçamentárias da União Europeia. As agências de crédito tornaram-se cada vez mais pessimistas sobre o país, que tem um histórico de má gestão da dívida pública.

No Brasil, o Banco Central informou que a compra de dólares realizada diariamente aumentou as reservas internacionais em US$ 302 milhões em fevereiro até o dia 19, quando o montante estava em US$ 240,422 bilhões. Na média diária, a autoridade monetária adquiriu US$ 23,2 milhões em cada dia de fevereiro até o dia 19, patamar bem inferior ao de janeiro, quando a média diária de compras era de US$ 89,9 milhões. Hoje, o BC interveio no mercado à vista com leilão de compra, à tarde, no qual fixou a taxa de corte das propostas em R$ 1,8195.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou que o governo está atento ao movimento no mercado de câmbio e poderá adotar medidas se considerar que há um excesso de volatilidade. Segundo ele, o Fundo Soberano do Brasil (FSB) já está pronto para operar e pode ser um instrumento importante para conter uma volatilidade excessiva da taxa de câmbio.

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