São Paulo - O dólar comercial abriu estável (0,00%) as negociações de hoje no mercado interbancário de câmbio, cotado a R$ 1,763. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar com liquidação à vista iniciou o pregão em queda de 0,11%, a R$ 1,763. O exterior reage bem à confirmação oficial de que chegou o momento de a Grécia recorrer ao empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia (UE), o que deve influir no mercado de câmbio no Brasil. O alívio pode até ser potencializado na relação do real com o dólar, já que as perspectivas internas continuam boas. Assim, o noticiário internacional positivo desta sexta-feira é o maior parâmetro para o dia de hoje.

Nem o saldo cambial negativo em abril até o dia 19 (R$ 934 milhões) nem o déficit externo recorde no primeiro trimestre (US$ 12 bilhões) desanimam por completo os operadores do câmbio. Eles citam os anúncios diários de novas captações para justificar o otimismo. Só ontem foram três - Banco do Brasil, Braskem e Banco Fibra -, somando cerca de US$ 1,4 bilhão. Então o mercado deve seguir de olho no fluxo hoje.

Mas a perspectiva é de que a queda nas cotações da moeda norte-americana tem limite. Desde que o BC fez dois leilões de compra de dólares no mercado à vista em um único pregão, na semana passada, a moeda norte-americana hesita em recuar abaixo de R$ 1,75. O suporte deve se sustentar hoje, avaliam operadores. Mas ressaltam que, diante de uma entrada efetiva e mais forte de dinheiro, a marca estará em risco.

Qualquer revés no Velho Continente também será sentido. "As preocupações com os déficits fiscais na Europa vão durar o ano inteiro. O pedido de dinheiro da Grécia está sendo bem recebido, mas também levanta a desconfiança de que o problema por lá é bem maior", disse um profissional do mercado. Os mercados vão acompanhar também a reunião do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo).