Mercados

Dólar chega a R$2,44 por preocupação com EUA e eleições

Trata-se do mais alto patamar intradiário para a divisa desde 29 de janeiro, quando foi a 2,4503 reais


	Dólar: às 12h15, a moeda tinha queda de 0,09%, a 2,4276 reais na venda, após atingir 2,4442 reais
 (Susana Gonzalez)

Dólar: às 12h15, a moeda tinha queda de 0,09%, a 2,4276 reais na venda, após atingir 2,4442 reais (Susana Gonzalez)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2014 às 14h02.

São Paulo - Após mostrar altas e baixas nesta sexta-feira, o dólar passou a registrar leves variações no início desta tarde, após chegar a 2,44 reais sustentada pelas preocupações com a política monetária dos Estados Unidos, as eleições no Brasil e por investidores testando a tolerância do Banco Central brasileiro à pressão cambial.

Segundo operadores, o dólar encontrava dificuldade para se firmar em alta mais consistente porque exportadores estão aproveitando para vender com a cotação neste níveis.

Às 12h15, o dólar tinha leve queda de 0,09 por cento, a 2,4276 reais na venda, após atingir 2,4442 reais na máxima da sessão, maior patamar intradiário desde 29 de janeiro (2,4503 reais). Na mínima do dia, foi a 2,4200 reais.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 780 milhões de dólares.

"Depois de uma alta tão forte (do dólar), é normal que entrem exportadores e ajudem o mercado a corrigir um pouco", afirmou o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.

A possibilidade de os juros norte-americanos serem elevados com mais intensidade do que o esperado tem pesado sobre os mercados de câmbio nas últimas semanas, uma vez que poderiam atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outros países, como o Brasil.

O mais recente pretexto para essas apostas veio nesta manhã, com a revisão do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no segundo trimestre a 4,6 por cento, ante 4,2 por cento, dentro do esperado.

Com isso, o dólar subia frente a outras moedas, como os pesos mexicano e chileno. Frente a uma cesta de divisas, a moeda norte-americana subia 0,40 por cento.

"O mercado juntou a pressão internacional com a vontade de comprar dólares e vamos que vamos. Agora, não tem praticamente nenhum fator influenciando o dólar que compense esse vigor", afirmou mais cedo o operador de câmbio da corretora B&T Marcos Trabbold.

Investidores também compravam dólares para se proteger contra a possibilidade de a pesquisa Datafolha, que será divulgada após o fechamento desta sessão, mostrar avanço nas intenções de voto da presidente Dilma Rousseff (PT), cuja condução da política econômica é alvo de críticas nos mercados.

A recente valorização da divisa dos EUA, que acumulou alta de 8,52 por cento neste mês até a véspera, vem também da queda de braço que o mercado quer travar com o BC, a fim de testar a autoridade monetária sobre a possibilidade de ampliar ainda mais suas intervenções no câmbio.

Na véspera, uma importante fonte da equipe econômica afirmou à Reuters que o BC deve fazer a rolagem integral dos swaps cambiais que vencem em novembro, assim como decidiu recentemente fazer com o lote de outubro, sem mexer nas atuações diárias.

"O mercado continua pressionado para ver até onde consegue chegar com esse dólar sem encontrar resistência pesada (da parte do BC)", disse o operador de uma corretora internacional.

Pela manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de swaps, que correspondem a venda futura de dólares, pelas rações diárias. Foram vendidos 2,5 mil contratos para 1º de junho e 1,5 mil para 1º de setembro de 2015, com volume equivalente a 197,9 milhões de dólares.

O BC também vendeu a oferta total de até 15 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em outubro. Ao todo, já rolou cerca de 86 por cento do lote total, que corresponde a 6,677 bilhões de dólares.

Atualizado às 12h55

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarEstados Unidos (EUA)MoedasPaíses ricos

Mais de Mercados

Dólar em queda e bolsa em alta: as primeiras reações no mercado após desistência de Biden

Realização de lucros? Buffett vende R$ 8 bilhões em ações do Bank of America

Goldman Sachs vê cenário favorável para emergentes, mas deixa Brasil de fora de recomendações

Empresa responsável por pane global de tecnologia perde R$ 65 bi e CEO pede "profundas desculpas"

Mais na Exame