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Dólar chega a R$ 2,35, com sinais de recuperação dos EUA

Movimento do dólar é puxado pela valorização da divisa no exterior após bons dados econômicos vindos dos Estados Unidos, indicando recuperação

Cédulas de dólar: moeda avançava 0,80%, a R$2,3435 na venda, após ter batido R$2,3517 na máxima do dia (Getty Images)

Cédulas de dólar: moeda avançava 0,80%, a R$2,3435 na venda, após ter batido R$2,3517 na máxima do dia (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2013 às 12h44.

São Paulo - O dólar registrava forte valorização sobre o real nesta quinta-feira, renovando os maiores patamares em mais de quatro anos ao chegar a 2,35 reais durante os negócios, num novo dia de teste de paciência para o Banco Central diante das expectativas de que a política monetária nos Estados Unidos pode mudar.

O movimento do dólar é puxado pela valorização da divisa no exterior após bons dados econômicos vindos dos Estados Unidos, indicando recuperação da atividade que podem levar o Federal Reserve, banco central norte-americano pode reduzir seu programa de estímulo já no próximo mês e, assim, afetar a liquidez internacional.

Às 12h18, o dólar avançava 0,80 por cento, a 2,3435 reais na venda, após ter batido 2,3517 reais na máxima do dia. O volume estava em menos de 300 milhões dólares, segundo dados da BM&F.

"O BC fez um leilão que não ajudou nada.... Talvez só venda de dólar no 'spot' (no mercado à vista) e com leilão de linha ajude. Hoje o mercado está imprevisível, já tem gente que está falando que pode chegar a 2,40 reais", disse o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca.

A autoridade monetária vendeu pela manhã a oferta total de até 40 mil contratos de swap cambial tradicional --equivalente a venda de dólares no futuro-- com vencimentos em 2 de dezembro de 2013 e 1º de abril de 2014, com volume financeiro equivalente a 1,983 bilhão de dólares.

O anúncio do leilão, no entanto, ocorreu na noite de quarta-feira e, portanto, num cenário que não trazia os novos dados econômicos dos Estados Unidos. O BC tem optado por fazer leilão de swap para poupar as reservas cambiais.

"Acredito que o BC vai atuar (novamente). Toda vez que a moeda tem um comportamento como esse, ele atua", afirmou o gerente de análise da XP Investimentos, Caio Sasaki.


A moeda norte-americana chegou a abrir este pregão em queda, repercutindo o anúncio na noite de quarta-feira do leilão de swap tradicional, mas logo a tendência se dissipou com a divulgação dos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos.

O número de norte-americanos que solicitou o benefício caiu para mínima em quase seis anos na semana passada, indicando aceleração no crescimento no mercado de trabalho no início de agosto.

Também ajudava a informação de que o Índice de Preço ao Consumidor norte-americano subiu 0,2 por cento e, em 12 meses até julho, avançou 2,0 por cento. O movimento da inflação na direção da meta do Fed de 2 por cento pode oferecer algum conforto às autoridades do banco central, que têm alertado sobre os potenciais perigos de uma inflação muito baixa.

Os dados reforçaram a tese que a maior economia do mundo está se recuperando, abrindo caminho para que o Fed comece a reduzir seu programa de estímulo, com compras mensais de 85 bilhões de dólares em títulos.

No exterior, as moedas de outros países também eram afetadas. O dólar avançava de 0,98 por cento sobre o peso mexicano, enquanto o dólar australiano se desvalorizava 0,40 por cento em relação à divisa dos EUA.

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