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Dólar cai pela 3ª sessão seguida, pressionado por Copom

Nas três últimas sessões, a moeda acumula queda de 4,47%. Perto das 16h30, o giro no mercado à vista era de US$ 1,363 bilhão


	Dólar: o dólar à vista fechou em queda de 2,11%, a R$ 2,4130, no balcão
 (Arquivo/Agência Brasil)

Dólar: o dólar à vista fechou em queda de 2,11%, a R$ 2,4130, no balcão (Arquivo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2014 às 16h17.

São Paulo - O dólar registrou nesta quinta-feira, 30, sua terceira sessão seguida de queda, reagindo à decisão surpreendente do Comitê de Política Monetária (Copom) ontem de elevar a taxa de juros básica, a Selic.

No término do pregão, o dólar à vista fechou em queda de 2,11%, a R$ 2,4130, no balcão.

Nas três últimas sessões, a moeda acumula queda de 4,47%. Perto das 16h30, o giro no mercado à vista era de US$ 1,363 bilhão.

No mesmo horário, no mercado de câmbio futuro, o dólar para novembro caía 2,03%, a R$ 2,4125.

Na noite de ontem, o Comitê elevou a Selic em 0,25 ponto porcentual, para 11,25% ao ano.

No comunicado, divulgado após uma reunião de dois dias, o BC disse que "desde sua última reunião, entre outros fatores, a intensificação dos ajustes de preços relativos na economia tornou o balanço de riscos para a inflação menos favorável".

Diante disso, continuou a nota, "o Comitê considerou oportuno ajustar as condições monetárias de modo a garantir, a um custo menor, a prevalência de um cenário mais benigno para a inflação em 2015 e 2016".

Na avaliação dos analistas, esse é apenas o início de um ciclo de aperto, com a Selic podendo ser elevada para acima de 12%.

Além disso, os economistas afirmaram que isso ajuda a resgatar a confiança no Banco Central e pode indicar a intenção do governo de restabelecer o tripé macroeconômico.

A decisão veio horas após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pegar os mercados de surpresa ao divulgar um comunicado com um tom mais duro, no fim da sua reunião de dois dias política monetária.

"A alta da Selic foi um recado ao mercado, mostrando independência do BC. O banco está preocupado com alta do dólar e fez uma elevação 'preventiva' dos juros", disse o diretor-técnico da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, em nota para clientes.

Segundo ele, o BC cita um "custo menor" da política monetária para o cenário da inflação nos próximos dois anos. "A alta do dólar e o temor do Fed estão embutidos nesta decisão", ressaltou Faria Júnior.

Para o analista, a ata da reunião do Copom, prevista para a próxima quinta-feira, e a nomeação da equipe econômica serão determinantes para entender a extensão deste novo ciclo de alta dos juros.

"Provavelmente teremos novas elevações", acrescentou.

No exterior, o dólar subiu em relação ao euro e ao iene, recebendo suporte do tom mais duro do comunicado do Fed ontem e dados do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre nos EUA.

De acordo com a primeira estimativa do Departamento do Comércio, a economia norte-americana cresceu a uma taxa anual ajustada sazonalmente de 3,5% entre julho e setembro, acima das projeções de analistas, de 3,1%.

No entanto, a abertura dos números mostra que o resultado se baseou, em grande parte, em gastos com Defesa, o que gerou dúvidas entre os agentes do mercado sobre a melhora econômica norte-americana e também sobre o início do processo de normalização monetária pelo Fed, levando o dólar a desacelerar os ganhos ao longo da sessão.

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