Exame Logo

Dólar cai mais de 2% e vai abaixo de R$3,75

O dólar marcou a maior queda diária em um mês nesta quinta-feira, voltando abaixo de 3,75 reais

Cédula de 100 dólares: dólar recuou 2,26 por cento, a 3,7488 reais na venda (Adek Berry/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 16h29.

São Paulo - O dólar marcou a maior queda diária em um mês nesta quinta-feira, voltando abaixo de 3,75 reais, com investidores recebendo bem a decisão de abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff , mas ainda ponderando as implicações da medida para a economia brasileira.

O dólar recuou 2,26 por cento, a 3,7488 reais na venda, após atingir 3,7338 reais na mínima do dia. Foi a maior queda diária desde o dia 3 de novembro, quando a moeda norte-americana recuou 2,39 por cento.

"A (eventual) saída de Dilma é vista como positiva e representa mudanças. Entretanto, temos que lembrar que o processo é longo e incerto, fragiliza ainda mais o já combalido governo do PT e coloca o país mais perto de perder o seu segundo grau de investimento", disse o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa.

Na noite passada, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou o pedido de abertura de processo de impeachment contra Dilma. O processo ainda precisa tramitar por diversas etapas antes de resultar em uma votação final que decida o futuro da presidente.

Outro fator que chegou a ajudar a queda do dólar foi o anúncio de novos estímulos do Banco Central Europeu (BCE), que tendem a favorecer ativos de mercados emergentes. O impacto foi limitado, no entanto, porque muitos operadores esperavam ações mais incisivas.

A atuação do Banco Central brasileiro completou o quadro favorável para o real, realizando nesta tarde leilão de venda de até 500 milhões de dólares com compromisso de recompra. Segundo a assessoria de imprensa do BC, a operação não teve como objetivo rolar contratos já existentes.

O BC também deu continuidade, pela manhã, à rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, com oferta de até 11.260 contratos, que equivalem a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou o equivalente a 1,645 bilhões de dólares, ou cerca de 15 por cento do lote total, que corresponde a 10,694 bilhões de dólares.

A queda do dólar ganhou ainda mais força na parte da tarde, depois que o contrato futuro do dólar recuou abaixo de 3,80 reais. O movimento desencadeou muitas operações automáticas de vendas de divisas para limitar perdas de operadores que não acreditavam que o dólar cairia tanto. "Muita gente não acreditava que o dólar continuaria caindo. Mesmo hoje, eu não estou convencido de que esses níveis se sustentam", disse o operador de uma corretora nacional.

É essa a opinião de estrategistas do banco JPMorgan, que ressaltaram que "os custos de embarcar no processo de impeachment são altos, pelo menos no curto prazo". Por isso, recomendaram que clientes apostem na alta da moeda norte-americana se as cotações no mercado à vista continuarem abaixo de 3,75 reais.

Texto atualizado às 17h29

Veja também

São Paulo - O dólar marcou a maior queda diária em um mês nesta quinta-feira, voltando abaixo de 3,75 reais, com investidores recebendo bem a decisão de abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff , mas ainda ponderando as implicações da medida para a economia brasileira.

O dólar recuou 2,26 por cento, a 3,7488 reais na venda, após atingir 3,7338 reais na mínima do dia. Foi a maior queda diária desde o dia 3 de novembro, quando a moeda norte-americana recuou 2,39 por cento.

"A (eventual) saída de Dilma é vista como positiva e representa mudanças. Entretanto, temos que lembrar que o processo é longo e incerto, fragiliza ainda mais o já combalido governo do PT e coloca o país mais perto de perder o seu segundo grau de investimento", disse o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa.

Na noite passada, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou o pedido de abertura de processo de impeachment contra Dilma. O processo ainda precisa tramitar por diversas etapas antes de resultar em uma votação final que decida o futuro da presidente.

Outro fator que chegou a ajudar a queda do dólar foi o anúncio de novos estímulos do Banco Central Europeu (BCE), que tendem a favorecer ativos de mercados emergentes. O impacto foi limitado, no entanto, porque muitos operadores esperavam ações mais incisivas.

A atuação do Banco Central brasileiro completou o quadro favorável para o real, realizando nesta tarde leilão de venda de até 500 milhões de dólares com compromisso de recompra. Segundo a assessoria de imprensa do BC, a operação não teve como objetivo rolar contratos já existentes.

O BC também deu continuidade, pela manhã, à rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, com oferta de até 11.260 contratos, que equivalem a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou o equivalente a 1,645 bilhões de dólares, ou cerca de 15 por cento do lote total, que corresponde a 10,694 bilhões de dólares.

A queda do dólar ganhou ainda mais força na parte da tarde, depois que o contrato futuro do dólar recuou abaixo de 3,80 reais. O movimento desencadeou muitas operações automáticas de vendas de divisas para limitar perdas de operadores que não acreditavam que o dólar cairia tanto. "Muita gente não acreditava que o dólar continuaria caindo. Mesmo hoje, eu não estou convencido de que esses níveis se sustentam", disse o operador de uma corretora nacional.

É essa a opinião de estrategistas do banco JPMorgan, que ressaltaram que "os custos de embarcar no processo de impeachment são altos, pelo menos no curto prazo". Por isso, recomendaram que clientes apostem na alta da moeda norte-americana se as cotações no mercado à vista continuarem abaixo de 3,75 reais.

Texto atualizado às 17h29
Acompanhe tudo sobre:CâmbioDilma RousseffDólarImpeachmentMoedasPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresReal

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mercados

Mais na Exame