Dólares: Às 10:24, o dólar recuava 0,33 por cento, a 4,0665 reais na venda, após cair 0,14 por cento na véspera (thinkstock)
Da Redação
Publicado em 29 de janeiro de 2016 às 10h09.
São Paulo - O dólar recuava em relação ao real nesta sexta-feira, reagindo ao corte de juros no Japão e ao leilão de venda de dólares com compromisso de recompra anunciado pelo Banco Central para esta tarde, mas investidores continuavam apreensivos em relação à política econômica do governo brasileiro.
Às 10:24, o dólar recuava 0,33 por cento, a 4,0665 reais na venda, após cair 0,14 por cento na véspera.
Nos mercados externos, moedas emergentes reagiam positivamente à surpreendente decisão do banco central japonês de adotar juros negativos. A medida reduz o custo de operações conhecidas como "carry trade", quando operadores captam recursos no exterior e os reinvestem em ativos que pagam juros altos.
"A decisão do BC do Japão está ajudando os ativos emergentes em geral, o que se traduz em algum suporte ao real", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, citando também o avanço dos preços do petróleo.
No cenário local, o BC brasileiro anunciou após o fechamento da sessão passada leilão de linha de até 1,8 bilhão de dólares para esta tarde. A operação tem como fim a rolagem de contratos que vencem em fevereiro, segundo a assessoria do BC.
Mesmo assim, operadores continuavam apreensivos com o cenário local, especialmente após a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) alimentar apostas de que os juros básicos podem não subir neste ano. A moeda norte-americana chegou a subir nesta manhã, atingindo 4,0965 reais na máxima da sessão.
O J.P.Morgan elevou sua previsão para o câmbio e passou a estimar que o dólar atingirá 4,70 reais no fim de 2016, argumentando que a manutenção da Selic levou à desancoragem das expectativas de inflação.
As medidas de estímulo ao crédito anunciadas na véspera somando 83 bilhões de reais também eram motivo de cautela. O anúncio vem em um momento de inflação de dois dígitos apesar da profunda recessão econômica.
A consultoria de risco político Eurasia Group apontou que o anúncio aponta alguma incoerência, sugerindo que "a política econômica será cada vez mais errática conforme a presidente tenta equilibrar a necessidade de aplacar a base aliada... e a necessidade de ajuste fiscal", ecreveram em relatório.
Analistas do BBVA salientaram que ,embora a medida não tenha impacto fiscal imediato, pode afetar os resultados dos bancos públicos no futuro e, consequentemente, as contas públicas.
Texto atualizado às 11h08.