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Dólar cai em dia de Ptax, mas cautela com cenário político segue

Às 10:37, o dólar recuava 0,44%, a 3,2675 reais na venda, depois de saltar mais de 1% na véspera

Dólar: no mês até a véspera, a moeda norte-americana já acumulou alta de 3,61% frente ao real (iStock/Thinkstock)

Dólar: no mês até a véspera, a moeda norte-americana já acumulou alta de 3,61% frente ao real (iStock/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 31 de outubro de 2017 às 10h53.

São Paulo - Num dia de algum sobe-e-desce, o dólar tinha leve queda frente ao real nesta terça-feira, em meio a temores com o andamento da agenda econômica no Congresso Nacional e em dia da formação da Ptax do mês.

Às 10:37, o dólar recuava 0,44 por cento, a 3,2675 reais na venda, depois de saltar mais de 1 por cento na véspera. Na máxima do dia, chegou a 3,2903 reais e, na mínima, a 3,2647 reais. O dólar futuro era negociado com baixa de cerca de 0,20 por cento.

No mês até a véspera, a moeda norte-americana já acumulou alta de 3,61 por cento frente ao real. Se continuar neste nível, será o maior salto mensal desde novembro de 2016 (+6,18 por cento), quando Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos.

"O mercado vai ficar de lado até a Ptax e a cautela política vai impedir queda maior" disse o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado.

A Ptax é uma taxa do Banco Central, fechada no início da tarde, e usada como referência em diversos contratos cambiais. Os investidores tendem a puxar as cotações para seus interesses, o que fazia o pregão um pouco mais volátil neste último dia de outubro.

Ainda havia ceticismo do mercado sobre a capacidade do presidente Michel Temer em dar continuidade à agenda econômica, em especial a reforma da Previdência. Além disso, a cobrança por uma reforma ministerial se intensificou depois do arquivamento da segunda denúncia contra ele.

A reforma beneficiaria os partidos que planejem formar com o governo uma coalizão para enfrentar as eleições presidenciais de 2018.

O mercado avalia que se a reforma da Previdência não for aprovada neste ano, ela dificilmente será em 2018, ano eleitoral.

"Se a reforma não for aprovada, o dólar deve ficar entre 3,20 e 3,30 reais", afirmou Machado.

No exterior, os mercados respiravam um pouco mais aliviados com notícias sobre a provável sucessão do Federal Reserve, o banco central norte-americano.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deverá indicar o diretor do Fed Jerome Powell como próximo chair, no lugar de Janet Yellen, cujo mandato acaba em fevereiro, disse uma fonte à Reuters.

Por Powell ser menos conservador, investidores reduziram os temores de mais altas de juros no país. Taxas mais elevadas nos EUA tendem a atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.

O dólar estava tinha leve alta contra uma cesta de moedas, mas recuava frente a algumas moedas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

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