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Dólar cai e volta a R$2,15 com dúvidas sobre atuação do BC

Investidores tentavam digerir a mudança na rotina de anúncio de leilões de swap cambial do Banco Central na sessão anterior


	Dólar: às 11h43, o dólar recuava 0,72 por cento, a 2,1590 reais na venda. Em relação a uma cesta de moedas, a divisa operava em forte queda de 1,02 por cento
 (Stock.xchng)

Dólar: às 11h43, o dólar recuava 0,72 por cento, a 2,1590 reais na venda. Em relação a uma cesta de moedas, a divisa operava em forte queda de 1,02 por cento (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2013 às 12h39.

São Paulo - O acordo temporário entre democratas e republicanos para por um fim ao impasse fiscal nos Estados Unidos fazia com que o dólar pedesse fôlego ante o real nesta quinta-feira, enquanto, no Brasil, investidores tentavam digerir a mudança na rotina de anúncio de leilões de swap cambial do Banco Central na sessão anterior.

Operadores se questionavam se a autoridade monetária teria feito uma espécie de teste no mercado, indicando que poderia não gostar do patamar de 2,15 reais para o dólar. Mas, de uma maneira geral, a avaliação continuava sendo a de que o programa de intervenções do BC não terá mudanças pelo menos por enquanto.

Às 11h43, o dólar recuava 0,72 por cento, a 2,1590 reais na venda. Em relação a uma cesta de moedas, a divisa operava em forte queda de 1,02 por cento.

Na quarta-feira, o BC anunciou seu próximo leilão de swap cambial apenas após o fechamento dos mercados. Com o dólar abaixo do "piso técnico" avaliado pelo mercado de 2,20 reais, investidores passaram a especular se o BC manterá o ritmo de rolagens dos contratos que estão para vencer ou até mesmo se continuará com seu programa de intervenções diárias, anunciado em agosto e previsto para durar até o final do ano.

O anúncio dos leilões de swap cambial tradicional --equivalente à venda futura de dólares-- costumava ser feito diariamente, às 14h30 e, na véspera, ocorreu às 20h. Com isso, a moeda norte-americana acabou fechando o dia com leve queda e no patamar de 2,17 reais, depois de ter batido na mínima de 2,1551 reais.

"O que tem-se falado no mercado é que há uma pressão para não deixar o real se valorizar tanto", afirmou um operador de um banco brasileiro, que pediu anonimato.

Apesar das incertezas, nesta quinta-feira, o BC vendeu todos contratos de swap cambial tradicional ofertados com vencimento em 5 de março de 2014. O volume fincanceiro equivalente foi de 497,8 milhões de dólares.


Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama sancionou, na madrugada desta quinta-feira, a lei que encerra a paralisação do governo dos EUA e eleva o teto da dívida pública norte-americana, logo após o Congresso ter superado um impasse que ameaçava provocar um calote histórico.

O acordo, no entanto, é temporario. A legislação emergencial financia o governo até 15 de janeiro e eleva o teto da dívida até 7 de fevereiro, quando os norte-americanos correm o risco de enfrentar uma nova paralisação, alimentando expectativas de que o Federal Reserve, banco central do país, deve adiar a redução do seu programa de estímulos, no valor de 85 bilhões de dólares mensais, pelo menos até o próximo ano.

"A superação temporária dos porblemas nos EUA pode levar o Fed a postergar a redução dos estímulos, o que vai estimular o fluxo no mercado", afirmou o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme.

Também contribuia para a queda do dólar os novos sinais de que o BC deverá manter o atual ritmo do ciclo de aperto monetário. O aumento da Selic, hoje a 9,5 por cento, torna os ativos brasileiros no mais atrativos mercado internacional, favorecendo a entreda da divisa no país.

Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na manhã desta quinta-feira, o BC informou que é "apropriada a continuidade do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em curso".

"A ata do Copom trouxe pequenas mudanças em relação a ata de agosto, sugerindo que o BC pode continuar subindo a Selic a 0,5 ponto percentual na próxima reunião", disse o estrategista-chefe do banco Mizuho, Luciano Rostagno.

"O dólar mais fraco favorece o controle da inflação e, pela ata, parece que o BC esta negajado em fazer com que a inflação entre na trajetória de queda", acrescentou.

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