Notas de dólar: às 12:11, o dólar recuava 1,51 por cento, a 3,8591 reais na venda (Adam Gault/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2016 às 11h48.
São Paulo - O dólar recuava fortemente em relação o real pela segunda sessão seguida nesta quinta-feira e girava em torno de 3,85 reais, reagindo à percepção de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, não deve aumentar os juros tão cedo.
Às 12:11, o dólar recuava 1,51 por cento, a 3,8591 reais na venda. Na mínima desta quinta-feira, a moeda norte-americana atingiu 3,8449 reais, menor nível intradia desde 29 de dezembro, quando foi a 3,8404 reais.
Turbulências nos mercados financeiros globais, dados fracos sobre a economia norte-americana e declarações de autoridades do Fed vêm alimentando apostas de que o banco central norte-americano pode demorar para aumentar os juros novamente.
Essa percepção tende a favorecer mercados emergentes, que manteriam sua atratividade diante de juros ainda baixos na maior economia do mundo. Além disso, a queda da moeda norte-americana em relação a outras divisas importantes barateia commodities cotadas em dólar para detentores dessas moedas, trazendo alívio adicional a ativos de países exportadores.
"Se todo esse ambiente financeiro difícil que vimos no começo do ano levar o Fed a adiar o aumento de juros, isso pode acabar sendo positivo para nós", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.
O real tem tido desempenho melhor do que seus pares desde o início deste ano. Embora analistas sejam praticamente unânimes ao afirmar que o dólar deve eventualmente voltar a subir, alguns já começam a levantar a possibilidade de um alívio no curto prazo.
O Nomura Securities ressaltou em relatório que a correção das contas externas do Brasil tem sido forte desde o início do ano passado.
"Não vemos isso como condição suficiente para garantir uma visão positiva para o real, mas acreditamos que esse ajuste das contas externas desempenha um papel em limitar a depreciação daqui em diante", escreveu o economista João Pedro Ribeiro. Ele projeta que o dólar deve terminar o ano a 4,20 reais.
Essa percepção não é unânime, porém, e alguns nas mesas de câmbio suspeitam que o bom desempenho do real teria sido influenciado por grandes operações pontuais envolvendo títulos cambiais, possivelmente conduzidas por bancos públicos.
Nesta manhã, o Banco Central promoveu mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em março, vendendo a oferta total de 11,9 mil contratos. Ao todo, a autoridade monetária já rolou 2,329 bilhões de dólares, ou cerca de 23 por cento do lote total, que equivale a 10,118 bilhões de dólares.
Texto atualizado às 12h48.