Moody's: menos chances de rebaixamento da nota do Brasil (Emmanuel Dunand/AFP)
Rita Azevedo
Publicado em 16 de março de 2017 às 10h15.
Última atualização em 16 de março de 2017 às 11h01.
São Paulo — O dólar caía nesta quinta-feira (16), com o mercado repercutindo a mudança da perspectiva da Moody’s de negativa para estável para os títulos da dívida do Brasil. Por volta das 10h30, a moeda norte-americana recuava 0,38% e era negociada a 3,09 reais. Ontem, o dólar fechou em queda de 1,83%.
Também influenciava as operações de hoje a sinalização do Federal Reserve de que não irá aumentar os juros além do que o mercado já espera. Ontem, o banco central dos Estados anunciou o aumento de 0,25 ponto percentual da taxa de juros do país, que agora está na faixa entre 0,75 e 1%.
Já a bolsa brasileira abriu em alta nesta quinta-feira (16), mas virou após alguns minutos de negociação. Por volta das 10h57, o Ibovespa caía quase 0,30%, na casa dos 66 mil pontos.
A alteração da perspectiva dos títulos brasileiros foi informada ontem, após o fechamento do mercado. A nota foi mantida em Ba2, na categoria de especulação. Isso significa que não há previsão de novos rebaixamentos para o país nas próximas revisões.
A Moody's citou como motivos para a decisão “sinais de que o funcionamento da estrutura de políticas econômicas está melhorando e de que as instituições estão recuperando sua solidez”.
Além disso, segundo a agência de risco, as condições macroeconômicas estão se estabilizando, a inflação está em queda e o cenário fiscal está mais claro. A agência também cita o teto de gastos públicos com correção pela inflação, já em vigor para os próximos 20 anos, e diz que é esperado a aprovação de uma reforma da Previdência no segundo semestre.
Os investidores também operam hoje de olho no cenário político interno. De acordo com a TV Globo e o jornal Folha de S.Paulo, mais um ministro estaria na lista enviada pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot ao Supremo Tribunal Federal para a abertura de inquéritos.
Marcos Pereira, ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, seria o sexto ministro do governo Temer citado nas delações da Odebrecht.