São Paulo - O dólar recuava ante o real nesta terça-feira, mesmo com o Brasil ter sido rebaixado pela Standard & Poor's na véspera, movimento que já era esperado pelos investidores e, por isso, já havia sido precificado.

Às 10h21, a moeda norte-americana recuava 0,11 por cento, a 2,3199 reais na venda, após fechar em queda nas três sessões anteriores. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 4 milhões de dólares.

"É como um aluno que já sabia que tinha ido mal na prova, mas ainda tinha alguma esperança. O 'downgrade' só confirmou o que já se esperava", disse o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.

Após o fechamento dos mercados na véspera, a S&P cortou a classificação de crédito brasileira em um degrau, para "BBB-", faixa mais baixa da categoria grau de investimento, citando a deterioração das contas públicas do país.

Mas a agência também alterou a perspectiva do rating para "estável", ante "negativa", o que significa que não deve cortar novamente a nota no curto prazo.

"Como não houve duplo rebaixamento e a perspectiva do rating é 'estável', não tem por que mudar muita coisa. A gente está esperando uma relativa calmaria com relação a essa decisão", disse o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos.

A constante atuação do Banco Central brasileiro no câmbio também ajudava a segurar as oscilações da divisa dos Estados Unidos. Nesta manhã, deu continuidade às intervenções diárias vendendo a oferta total de 4 mil swaps cambiais --equivalentes a venda futura de dólares--, todos com vencimento em 1º de dezembro, com volume equivalente a 198,0 milhões de dólares. A autoridade monetária também ofertou contratos para 1º de outubro, mas não vendeu nenhum.

Além disso, fará mais um leilão para rolar os contratos que vencem em 1º de abril, com oferta de até 10 mil swaps para 2 de janeiro e 2 de março de 2015. Até agora, o BC já rolou pouco mais da metade dos contratos a vencer, que correspondem a 10,148 bilhões de dólares.