Mercados

Dólar cai 1% e vai a R$3,06 com cena política favorável

O Banco Central também ajudou ao continuar atuando no mercado, vendendo a oferta integral de swap cambial tradicional

Dólar: "A expectativa de avanço em reformas estruturais, principalmente a da Previdência, dava suporte para o otimismo" (Mark Wilson/AFP)

Dólar: "A expectativa de avanço em reformas estruturais, principalmente a da Previdência, dava suporte para o otimismo" (Mark Wilson/AFP)

R

Reuters

Publicado em 15 de fevereiro de 2017 às 17h29.

Última atualização em 15 de fevereiro de 2017 às 17h55.

São Paulo - O dólar caiu 1 por cento nesta quarta-feira, indo ao patamar de 3,06 reais e no menor nível desde junho de 2015, com o investidor mais aliviado diante da cena política brasileira e expectativas de ingresso de recursos externos.

O Banco Central também ajudou ao continuar atuando no mercado, vendendo a oferta integral de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares, para rolagem dos vencimentos de março.

O dólar recuou 0,94 por cento, a 3,0670 reais na venda, menor patamar de fechamento desde 18 de junho de 2015 (3,0588 reais). Na véspera, o dólar já havia ido abaixo de 3,10 reais pela primeira vez em mais de um ano e meio.

Na mínima do dia, a moeda norte-americana marcou 3,0554 reais. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,65 por cento no final da tarde.

"A expectativa de avanço em reformas estruturais, principalmente a da Previdência, dava suporte para o otimismo", resumiu a Advanced Corretora em relatório a clientes.

Após o fechamento do pregão passado, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter Moreira Franco como ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, devolvendo a prerrogativa de foro ao peemedebista, que já foi citado em delações na operação Lava Jato.

A decisão foi vista pelo mercado como demonstração de força do governo do presidente Michel Temer e que pode facilitar a aprovação de importantes reformas, como a da Previdência, tida como essencial para colocar as contas públicas do país em ordem.

Ajudou também no movimento de queda do dólar o ingresso de recursos no país, parte dele para aplicação em bolsa, comentaram alguns profissionais, da mesma forma que a expectativa de que mais fluxo virá, seja para aproveitar as taxas de juros domésticas ainda elevadas, apesar das expectativas de mais cortes pelo BC, seja via captações ou aberturas de capital.

Na véspera, acionistas da Log Commercial Properties, unidade de gestão de espaços comerciais da construtora e incorporadora MRV aprovaram que a companhia peça registro para oferta inicial de ações.

A decisão de colocar em votação ainda nesta sessão na Câmara dos Deputados o projeto de lei que abre nova rodada de regularização de recursos no exterior reforçou a leitura de mais ingresso.

"O real ainda está caro. Ninguém vai comprar agora sabendo que pode pagar mais barato", avaliou o gestor do departamento de câmbio da corretora Gradual Investimentos, Hamilton Bernal.

O BC vendeu o lote integral de até 6 mil swaps tradicionais, equivalente a 300 milhões de dólares, nesta manhã. Como o vencimento de março totaliza 6,954 bilhões de dólares, se o BC mantiver o perfil dos leilões, conseguirá rolar apenas parcialmente.

No exterior, o dólar rondava a estabilidade ante uma cesta de moedas.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDólar

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado