Dólar: "O mercado fica receoso com o que será anunciado, com o impacto que terá sobre a retomada do país" (iStock/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 29 de março de 2017 às 17h37.
São Paulo - O dólar fechou a quarta-feira em queda ante o real, acompanhando o recuo da moeda norte-americana no exterior, mas com investidores cautelosos sobre o que o governo brasileiro anunciará de medidas para cobrir o rombo nas contas públicas deste ano, sob expectativas de aumento de impostos.
O dólar recuou 0,70 por cento, a 3,1170 reais na venda, depois de marcar a mínima de 3,1127 reais no dia. O dólar futuro tinha recuo de cerca de 0,80 por cento no final da tarde.
"O mercado fica receoso com o que será anunciado, com o impacto que terá sobre a retomada do país", disse o operador da H.Commcor Cleber Alessie Machado, ao ponderar, no entanto, que nos atuais níveis de preço a moeda norte-americana atraiu vendedores. Na véspera, o dólar terminou a sessão a 3,1390 reais.
O governo anunciará no final desta tarde corte de cerca de 30 bilhões de reais no Orçamento de 2017 e reoneração da folha de pagamentos como medidas para cobrir o rombo adicional de 58,2 bilhões de reais nas contas públicas deste ano, disseram à Reuters fontes com conhecimento sobre o assunto.
Outros aumentos de alíquota de tributos, como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), também devem ser anunciados, mas em menor proporção do que a originalmente pensada pela equipe econômica capitaneada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
A meta de déficit primário deste ano é de 139 bilhões de reais para o governo central (governo federal, INSS e Banco Central).
Diante dessa espera, o dólar acompanhou o mercado externo, onde tinha trajetória de baixa. A moeda norte-americana recuava ante divisas de países emergentes e ligados a commodities, como os pesos chileno e mexicano.
O Banco Central brasileiro vendeu integralmente nesta sessão o lote de até 10 mil swaps tradicionais --equivalente à venda futura de dólares --ofertados para rolagem dos contratos de abril.
Já foram dez leilões iguais, que reduziram a 4,711 bilhões de dólares o estoque que vence no mês que vem.