Exame Logo

Dólar cai 0,96% após governo zerar IOF sobre derivativos

Operadores, no entanto, entendem que a redução a zero do IOF não é o suficiente para determinar uma tendência de queda da divisa norte-americana

O dólar recuou 0,96 %, para 2,1334 reais na venda, devolvendo toda a alta vista na véspera e que levou a moeda para o patamar de 2,15 reais, o maior em mais de quatro anos (Alex Wong/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 17h24.

São Paulo - O dólar fechou em forte queda ante o real nesta quinta-feira, com o movimento acelerado na reta final do pregão, após o governo adotar mais uma medida para conter o avanço da divisa norte-americana no mercado local.

Operadores, no entanto, entendem que a redução a zero da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre posições cambiais vendidas líquidas, anunciada pelo governo na véspera, não é o suficiente para determinar uma tendência de queda da divisa norte-americana.

O dólar recuou 0,96 %, para 2,1334 reais na venda, devolvendo toda a alta vista na véspera e que levou a moeda para o patamar de 2,15 reais, o maior em mais de quatro anos.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro deste pregão ficou em torno de 2,7 bilhões de dólares.

"A queda (do dólar) tem relação com a medida de ontem, mas o movimento de apreciação mais intensa do real não depende só dessa medida", afirmou o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos, acrescentando que o dólar só perderá fôlego no Brasil caso o cenário internacional melhore.

O governo vem travando uma batalha para evitar altas expressivas do dólar, com ações que envolve desde atuações do Banco Central e também a redução a zero a alíquota do IOF incidente sobre o ingresso de recursos estrangeiros para investimento em renda fixa na semana passada.

Durante o dia todo, o dólar registrou quedas ante o real, mas, na reta final do pregão, a moeda dos EUA acelerou as perdas. "Pode ser alguma entradinha... É algo até mais chamativo porque, na semana, hoje foi o dia mais tranquilo com relação à oscilação", afirmou economista da Intercam, Glauber Romano.

A moeda norte-americana tem avançado de forma generalizada no mundo devido a temores de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, comece a reduzir o seu programa de estímulo monetário e, assim afetar a liquidez internacional.

Desde o fim de abril até o fechamento deste pregão, o dólar avançou 6,6 % ante o real.


"Acreditamos que a medida (de redução do IOF sobre derivativos) deve ter um impacto limitado no mercado à vista de câmbio", informou o banco Barclays em relatório.

"As condições globais negativas e as crescentes preocupações fiscais locais devem continuar dominando os fluxos, apesar da atratividade dos retornos." Além do cenário internacional, tem pesado sobre o mercado preocupações com a deterioração da economia brasileira.

Evidenciando esses temores, a agência de classificação de crédito Standard & Poor's revisou na semana passada a perspectiva do rating soberano do Brasil de "estável" para "negativa".

O consultor de pesquisas econômicas do Banco Tokyo-Mitsubishi Mauricio Nakahodo destacou que não espera grandes mudanças no patamar do dólar devido às mudanças de IOF.

"A isenção do IOF não muda muito a perspectiva do câmbio no curto prazo, que deve continuar nesses patamares devido à pressão de valorização do dólar no resto do mundo", disse o consultor, acrescentando, no entanto, que a medida pode ajudar a trazer dólares para o país caso seja mantida por um longo período.

Veja também

São Paulo - O dólar fechou em forte queda ante o real nesta quinta-feira, com o movimento acelerado na reta final do pregão, após o governo adotar mais uma medida para conter o avanço da divisa norte-americana no mercado local.

Operadores, no entanto, entendem que a redução a zero da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre posições cambiais vendidas líquidas, anunciada pelo governo na véspera, não é o suficiente para determinar uma tendência de queda da divisa norte-americana.

O dólar recuou 0,96 %, para 2,1334 reais na venda, devolvendo toda a alta vista na véspera e que levou a moeda para o patamar de 2,15 reais, o maior em mais de quatro anos.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro deste pregão ficou em torno de 2,7 bilhões de dólares.

"A queda (do dólar) tem relação com a medida de ontem, mas o movimento de apreciação mais intensa do real não depende só dessa medida", afirmou o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos, acrescentando que o dólar só perderá fôlego no Brasil caso o cenário internacional melhore.

O governo vem travando uma batalha para evitar altas expressivas do dólar, com ações que envolve desde atuações do Banco Central e também a redução a zero a alíquota do IOF incidente sobre o ingresso de recursos estrangeiros para investimento em renda fixa na semana passada.

Durante o dia todo, o dólar registrou quedas ante o real, mas, na reta final do pregão, a moeda dos EUA acelerou as perdas. "Pode ser alguma entradinha... É algo até mais chamativo porque, na semana, hoje foi o dia mais tranquilo com relação à oscilação", afirmou economista da Intercam, Glauber Romano.

A moeda norte-americana tem avançado de forma generalizada no mundo devido a temores de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, comece a reduzir o seu programa de estímulo monetário e, assim afetar a liquidez internacional.

Desde o fim de abril até o fechamento deste pregão, o dólar avançou 6,6 % ante o real.


"Acreditamos que a medida (de redução do IOF sobre derivativos) deve ter um impacto limitado no mercado à vista de câmbio", informou o banco Barclays em relatório.

"As condições globais negativas e as crescentes preocupações fiscais locais devem continuar dominando os fluxos, apesar da atratividade dos retornos." Além do cenário internacional, tem pesado sobre o mercado preocupações com a deterioração da economia brasileira.

Evidenciando esses temores, a agência de classificação de crédito Standard & Poor's revisou na semana passada a perspectiva do rating soberano do Brasil de "estável" para "negativa".

O consultor de pesquisas econômicas do Banco Tokyo-Mitsubishi Mauricio Nakahodo destacou que não espera grandes mudanças no patamar do dólar devido às mudanças de IOF.

"A isenção do IOF não muda muito a perspectiva do câmbio no curto prazo, que deve continuar nesses patamares devido à pressão de valorização do dólar no resto do mundo", disse o consultor, acrescentando, no entanto, que a medida pode ajudar a trazer dólares para o país caso seja mantida por um longo período.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarImpostosIOFLeãoMoedas

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mercados

Mais na Exame