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Dólar cai 0,68% e volta abaixo de R$ 3,60

O dólar fechou em queda e voltou abaixo de 3,60 reais em meio à recuperação do bom humor nos mercados externos


	Dólares: dólar recuou 0,68 por cento, a 3,5879 reais na venda
 (Andrew Harrer/Bloomberg)

Dólares: dólar recuou 0,68 por cento, a 3,5879 reais na venda (Andrew Harrer/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2016 às 17h36.

São Paulo - O dólar fechou em queda e voltou abaixo de 3,60 reais nesta quarta-feira, em meio à recuperação do bom humor nos mercados externos e com operadores citando fluxos corporativos de venda de divisas no Brasil.

Investidores continuaram cautelosos em relação ao cenário político brasileiro, porém, em meio a escândalos envolvendo figuras importantes do governo.

O dólar recuou 0,68 por cento, a 3,5879 reais na venda, após marcar em maio a maior alta mensal em oito meses. A moeda norte-americana chegou a cair a 3,5859 reais na mínima e subir a 3,6365 reais na máxima da sessão.

"Vimos alguns vendedores de dólares ao longo do dia, provavelmente atraídos pelas cotações altas", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

Ele citou ainda o fato de que o dólar reduziu o avanço em relação às principais moedas emergentes, em linha com a recuperação dos preços do petróleo após chegarem a cair mais de 2 por cento pela manhã. Quatro fontes da Opep afirmaram à Reuters que a organização provavelmente vai discutir novo teto de produção em reunião na quinta-feira.

O mercado também observou com ceticismo os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que contraiu menos que o esperado no primeiro trimestre.

"O número cheio (do PIB) é um pouco enganador. Quando você abre os dados, percebe que um fator importante foram os gastos do governo, que tendem a diminuir no futuro", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta.

A economia brasileira encolheu 0,3 por cento no primeiro trimestre em relação ao período anterior, abaixo da contração de 0,8 por cento prevista por analistas em pesquisa Reuters. O consumo do governo mostrou expansão de 1,1 por cento na comparação com o quarto trimestre de 2015.

O governo do presidente interino Michel Temer propôs na semana passada limites de gastos públicos e vem afirmando que anunciará outras medidas para colocar a economia de volta nos trilhos.

Muitos operadores temem, porém, que enfrente dificuldades para angariar apoio no Congresso Nacional devido à instabilidade política. Essa percepção ganhou força nas últimas semanas com a saída de dois ministros em meio a notícias sugerindo que eles se oporiam às operação Lava Jato, que investiga escândalo de corrupção centrado na Petrobras.

"Não tem como fugir da política, tem muita incerteza que pode mexer no mercado", resumiu o superintendente de derivativos de uma gestora de recursos internacional.

Nesta sessão, no entanto, o governo conquistou um avanço com a comissão especial da Câmara que analisa a proposta de recriação da Desvinculação de Receitas da União (DRU) aprovando o parecer que permite ao governo realocar livremente 30 por cento das receitas obtidas com taxas, contribuições sociais e de intervenção sobre o domínio econômico (Cide).

O Banco Central não promoveu qualquer intervenção cambial para esta sessão. A autoridade monetária realizou na sessão passada leilão de venda de dólares com compromisso de recompra, após ficar ausente do mercado por sete sessões consecutivas.

Texto atualizado às 17h27

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