Dólar: moeda americana ganha força no mundo com pior perspectiva para coronavírus (the_burtons/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de abril de 2020 às 09h19.
Última atualização em 1 de abril de 2020 às 17h12.
O dólar fechou em forte alta nesta quarta-feira, 1o de abril, superando 5,25 reais pela primeira vez na história. No mundo, a aversão a risco voltou a crescer conforme aumentaram as preocupações em relação aos impactos do coronavírus nos Estados Unidos, enquanto no Brasil os investidores estão atentos à possibilidade de o número de casos disparar quando os novos testes começarem a ser feitos. Com isso, o dólar comercial subiu 1,3% e encerrou cotado a 5,261 reais, registrando novo recorde de fechamento. O dólar turismo avançou 1,5%, a 5,55 reais.
Nos Estados Unidos, que se tornaram o novo epicentro mundial do coronavírus, já são quase 206.207 infectados e mais de 4.500 mortos, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. Na terça, 31, a Casa Branca aumentou a projeção do potencial número de mortos por coronavírus em solo americano de 100.000 para 240.000.
Os temores sobre as consequências disso na maior economia do mundo têm deixado os investidores mais defensivos, refugiando-se em moedas seguras, como o dólar. No exterior, a moeda americana se fortalecia em relação à grande maioria das moedas do mundo, de países emergentes ou não. Ante o peso mexicano, a alta do foi de mais de 2%.
Além do movimento global, o real vem sendo pressionado pela possibilidade de os impactos da doença na economia brasileira se mostrarem maiores do que se imaginava, já que grande parte do mercado acredita que os números apresentados pelo governo estejam subnotificados. Até agora, o Brasil confirmou 5.717 casos e 201 mortes pela covid-19.
“Esses rumores sobre o possível pico da doença no Brasil assustam bastante o mercado financeiro. E agora, com mais testes, esse número vai aumentar”, disse Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos.
Nagem também comentou que o mercado de câmbio está com liquidez baixa, o que aumenta a volatilidade de moeda. Para prover mais liquidez, o Banco Central dará início à rolagem de contratos de swap cambial com vencimento em 4 de maio de 2020, totalizando 4,9 bilhões de dólares.
O governo também publicou uma Medida Provisória (MP) na terça-feira mudando a tributação de investimentos de bancos no exterior com o objetivo de eliminar distorções ligadas a operações de hedge pelas instituições financeiras, o que, segundo autoridades, deve suavizar movimentos de câmbio.
A moeda americana à vista fechou o último pregão com alta de 0,25%, em 5,1944 reais na venda, segunda maior cotação da história para encerramento.