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Dólar avança e Bolsa recua de olho na comissão especial da Previdência

Às 12:45, o dólar avançava 0,60%, a 3,8665 reais na venda

Bolsa: às 11:26, o Ibovespa caía 0,5%, a 100.836,35 pontos. (Thomas Trutschel/Getty Images)

Bolsa: às 11:26, o Ibovespa caía 0,5%, a 100.836,35 pontos. (Thomas Trutschel/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 2 de julho de 2019 às 09h18.

Última atualização em 2 de julho de 2019 às 13h45.

São Paulo — O dólar mostrava poucas variações ante o real nesta terça-feira, com investidores em compasso de espera pelo voto complementar do relator da reforma da Previdência na comissão especial.

Às 12:45, o dólar avançava 0,60%, a 3,8665 reais na venda. O real tinha o pior desempenho entre as principais moedas nesta sessão.

Na véspera, o dólar fechou com variação positiva de 0,06%, a 3,8434 reais na venda.

Neste pregão, o dólar futuro ganhava 0,6%.

Investidores concentravam atenções nesta terça-feira na apresentação do voto complementar do relator da reforma da Previdência na comissão especial, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), prevista para esta tarde.

No entanto, para que a leitura do voto ocorra nesta sessão, líderes partidários, governadores, Moreira e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tentarão chegar a uma solução nesta terça-feira sobre a inclusão ou não de Estados e municípios na reforma.

Na véspera, o presidente da comissão especial, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), avaliou que a proposta será votada pelo colegiado nesta semana, mas admitiu que pode haver um adiamento.

Sob expectativas de que o texto seja votado em plenário antes do início do recesso parlamentar, em 18 de julho, governo e deputados trabalham com prazo apertado.

No exterior, o alívio ligado à negociação comercial entre EUA e China se dissipava nesta terça-feira, após um pregão de apetite por risco na véspera.

"Lá fora tem ainda uma rodada de preocupação em relação aos desdobramentos tanto da guerra comercial EUA-China como também do que pode acontecer na política monetária norte-americana", disse Serrano.

Agentes financeiros voltam a adotar cautela após declaração feita na segunda-feira pelo presidente norte-americano, Donald Trump, de que qualquer acordo teria que, de alguma forma, pender em favor dos Estados Unidos.

Mesmo em meio ao alívio ligado à guerra comercial visto na véspera, o Federal Reserve continua sob pressão para cortar juros, o que segue no radar de participantes do mercado.

O Banco Central vendeu nesta terça-feira todos os 6.175 contratos de swap cambial ofertados em leilão para rolagem do vencimento agosto. Em duas operações, o BC promoveu a rolagem integral dos 618 milhões de dólares em swaps com data de vencimento em 1º de agosto.

O próximo lote de swaps vence em 1º de outubro, num total de 11,545 bilhões de dólares. O estoque total de swaps é de 68,863 bilhões de dólares. (Por Laís Martins Edição de Maria Pia Palermo e José de Castro)

Ibovespa

O Ibovespa recuava nesta terça-feira, em meio a um ambiente menos amistoso no mercado internacional, com agentes financeiros também à espera da retomada das discussões sobre a reforma da Previdência em comissão da Câmara dos Deputados.

Às 11:26, o Ibovespa caía 0,5%, a 100.836,35 pontos. O volume financeiro somava 3,2 bilhões de reais.

Investidores aguardam a apresentação de nova versão do parecer do relator da reforma da Previdência em comissão especial do tema na Câmara, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), prevista para a parte da tarde.

"Sem liquidar o assunto na comissão especial até quinta-feira, a votação (da reforma) em plenário em julho fica praticamente impossível", avalia a equipe da XP Investimentos, conforme nota a clientes, citando o recesso parlamentar.

Para a equipe da Coinvalores, a falta de consenso sobre a inclusão ou não dos Estados e municípios no texto pode atrasar a leitura e, consequentemente, a votação do texto, o que entra na conta dos ruídos de curto prazo que podem pesar na bolsa.

No exterior, o otimismo em torno das discussões comerciais entre os Estados Unidos e a China arrefecia, abrindo espaço para ajustes, além de o governo norte-americano ameaçar produtos da zona do euro com tarifas adicionais.

Apesar da fraqueza nesta sessão, estrategistas de ações têm reforçado o viés positivo para as ações brasileiras.

A equipe do Itaú BBA reiterou visão construtiva para a bolsa e elevou sua previsão para o Ibovespa no final do ano para 118 mil pontos, citando o ambiente de juros menores no país.

Destaques

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON recuavam 1,21% e 1,17%, respectivamente, acompanhando o recuo dos preços do petróleo no exterior.

- BRADESCO PN cedia 0,82%, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN perdia 0,53%, corroborando a fraqueza do Ibovespa dado o peso relevante que ambos os papéis têm no índice.

- VALE tinha queda de 0,84%, apesar de nova alta nos preços do minério na China.

- BRF caía 0,9%, com movimentos de realização de lucros, após a ação fechar com a maior alta desde julho de 2018 na véspera (+8,67%) em meio a expectativas positivas para a demanda externa com o surto de febre suína africana na China e fundamentos cíclicos positivos. A companhia também negou ter recebido ofertas por ativos no Oriente Médio.

- GERDAU PN recuava 1,6%, em sessão negativa para o setor siderúrgico do Ibovespa, com CSN recuando 1,59% e USIMINAS PNA cedendo 0,56%.

- SUZANO perdia 2,53%, com nova queda de preços de celulose na China mantendo a pressão de curto prazo nos papéis da companhia.

- VIA VAREJO tinha acréscimo de 3,71%, na terceira sessão consecutiva de alta, em meio a processo de reestruturação após o acionista Michael Klein retomar o controle da companhia e assumir o conselho de administração da rede de móveis e eletrodomésticos. No setor, MAGAZINE LUIZA cedia 0,1% e B2W tinha declínio de 1,22%.

- LIGHT, que não está no Ibovespa, caía 4,19%, após divulgar que aprovou a realização de uma oferta pública primária e secundária de 111,1 milhões de ações ordinárias. CEMIG PN, que deve vender, inicialmente, 11,1 milhões de ações na operação, cedia 0,74%.

- SUL AMÉRICA subia 5,67%, após divulgar que recebeu da Allianz SE oferta indicativa e não vinculante para a aquisição de sua operação de Automóveis e Ramos Elementares, e, com isso, está em discussões bilaterais com o grupo sobre eventual transação que poderia resultar na concentração de suas operações em Saúde, Odontologia, Vida, Previdência e Gestão de Ativos. A seguradora ponderou que não há qualquer definição.

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