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Dólar fecha em queda com início de “briga” da Ptax

Real se descola de aversão ao risco do exterior, após forte contração dos PIBs dos EUA e da Alemanha

Dólar vira para queda e especialista vê início de briga da Ptax de fim de mês (Thomas Trutschel/Getty Images)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 30 de julho de 2020 às 17h00.

Última atualização em 30 de julho de 2020 às 17h12.

Depois de abrir em alta, com os investidores avaliando os últimos dados macroeconômicos, o dólar virou no início da tarde e fechou em queda nesta quinta-feira, 30. O dólar comercial caiu 0,3% e fechou sendo vendido por 5,159 reais. Com menor liquidez, o dólar turismo recuou 0,2% e vendido por 5,44 reais.

Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti, atribui a desvalorização da moeda americana contra o real ao início da “briga da Ptax”, taxa que serve como referência para a liquidação de contratos futuros. “A queda começou logo após a última Ptax, às 13h. Então parece ser o início da briga da Ptax de amanhã. Os vendidos já estão tentando derrubar essa taxa. A moeda está em total descompasso com o exterior”, afirmou.

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“A briga da Ptax é um ajuste técnico. Os comprados querem uma taxa maior para conseguir maior rentabilidade nas liquidações no mercado futuro, e os vendidos, uma taxa menor”, explica Ruik.

Lá fora, a moeda americana apresentou ganhos significativos contra algumas das principais divisas emergentes, como o rublo russo, o peso mexicano e a lira turca. No mercado internacional, o tom negativo ainda reflete a forte contração dos PIBs da Alemanha e dos Estados Unidos.

Divulgados nesta manhã, o PIB americano teve contração de 32,9% no segundo trimestre, enquanto o alemão, de 10,1%.

Embora o PIB americano tenha ficado levemente melhor do consenso de mercado, que era de queda de 34,1%, o resultado superou as estimativas do Federal Reserve (Fed) de Atlanta, de contração de 32,1%. “É um resultado de retrovisor, mas que será efetivamente utilizado para a construção de indicadores que suportam decisões de política monetária e fiscal”, comentou Arthur Mota, economista da Exame Research.

Na véspera, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que continuará usando todas as ferramentas para atenuar os impactos econômicos do coronavírus e que só irá parar quando tiver confiança de que a economia americana está de volta aos trilhos – o que parece estar longe de acontecer.

Também nesta manhã, foram divulgados os dados semanais de pedidos de seguro desemprego dos EUA, que ficaram em 1,434 milhão, quase em linha com os 1,450 milhão esperado pelo mercado. “O número continua em patamar elevado. Outros indicadores de alta frequência também apontam essa acomodação do ritmo de recuperação em julho, como confirmado na reunião do Fed de ontem”, comentou Mota

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