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Dólar recua após dados nos EUA endossarem Fed "dovish"

Às 12h10, o dólar à vista cedia 0,63 por cento, a 3,9336 reais na venda

Câmbio: dólar recuava ante o real nesta sexta-feira (Pixabay/Reprodução)

Câmbio: dólar recuava ante o real nesta sexta-feira (Pixabay/Reprodução)

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Reuters

Publicado em 3 de maio de 2019 às 09h11.

Última atualização em 3 de maio de 2019 às 12h36.

São Paulo — O dólar recuava ante o real nesta sexta-feira, seguindo o movimento externo, após dados brandos de salários nos EUA sinalizarem a continuidade de uma postura "dovish" por parte do banco central norte-americano.

Às 12h10, o dólar à vista cedia 0,63 por cento, a 3,9336 reais na venda.

Na mínima, a cotação desceu a 3,9310 reais, aproximando-se do suporte de 3,928 reais citado pela Janus Investimentos como próxima meta.

Na véspera, a divisa norte-americana havia subido 0,92 por cento, a 3,9589 reais na venda.

Na B3, o dólar futuro cedia cerca de 0,8 por cento neste pregão.

A geração de empregos nos EUA em março superou as estimativas, e a taxa de desemprego caiu a uma mínima em quase meio século. Mas foram os dados de inflação dos salários que fizeram preço nos mercados de câmbio, uma vez que traçaram um cenário de poucas pressões de renda, favorecendo juros ainda baixos, disse o superintendente de câmbio da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

Juros ainda baixos nos EUA melhoram a relação risco/retorno de aplicações em ativos de países emergentes, como o Brasil.

Daniel Hogan, diretor de pesquisas do RED Capital Group, disse em nota ser "difícil de imaginar um cenário mais favorável" ao risco, considerando recentes números do PIB norte-americano, "fortes" dados de produtividade da véspera e dados de emprego e inflação salarial desta sexta-feira.

No front doméstico, participantes do mercado encerram a semana sem grandes avanços no que diz respeito à Previdência, uma vez que os trabalhos ficaram pausados nesta semana cortada por feriado, com a expectativa do início dos trabalhos na comissão especial no dia 7.

Na véspera, o secretário especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, disse que defenderá na íntegra a PEC da reforma da Previdência para honrar a assinatura que o presidente Jair Bolsonaro colocou no texto ao enviá-lo ao Congresso Nacional.

O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, disse em entrevista ao SBT que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), transmitiu a ele vontade de lideranças partidárias de aprovar a reforma da Previdência na Casa o mais rápido possível.

É possível que ainda haja movimentos de proteção nesta sexta-feira, com agentes financeiros se precavendo antes de uma semana que tende a trazer o noticiário político ao foco novamente, avaliaram agentes.

"De forma geral, esse nível de dólar aqui é até surpreendente, estamos na véspera de uma semana que tende a ser bem pesada. Imagino que à tarde tenha espaço para esse mercado voltar a subir um pouco, como proteção", disse Gomes da Silva.

O Banco Central vendeu nesta sexta-feira todos os 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, rolando assim 505 milhões de dólares de um total de 10,089 bilhões de dólares com vencimento em julho. O estoque de swaps do BC no mercado é de 68,863 bilhões de dólares.

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