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Dólar amplia alta ante real com temor sobre juros maiores nos EUA

Depois de chegar a cair e ir ao patamar de 3,22 reais mais cedo, o dólar passou a subir com mais força seguindo a cena externa

Dólar: no exterior, a moeda norte- americana ampliou a alta ante uma cesta de moedas e também sobre divisas de países emergentes (Mark Wilson/Getty Images)

Dólar: no exterior, a moeda norte- americana ampliou a alta ante uma cesta de moedas e também sobre divisas de países emergentes (Mark Wilson/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 13h51.

São Paulo - Depois de chegar a cair e ir ao patamar de 3,22 reais mais cedo, o dólar passou a subir com mais força nesta terça-feira seguindo a cena externa, com o temor de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, possa subir mais os juros do que o esperado, afetando assim o fluxo de capital no mundo.

Às 12:20, o dólar avançava 0,12 por cento, a 3,2366 reais na venda, depois de bater a mínima de 3,2229 reais e a máxima de 3,2560 reais. O dólar futuro tinha alta de 0,67 por cento.

"A sessão de perguntas e respostas tirou o teor 'dovish' que esperavam", afirmou o operador de uma corretora nacional, referindo-se ao depoimento que o chair do Fed, Jerome Powell, dava no Congresso norte-americano nesta tarde.

Ele afirmou que, pessoalmente, via que a perspectiva sobre a atividade econômica nos Estados Unidos havia se fortalecido de dezembro para cá. Foi a senha para os mercados globais reagirem com força diante de novos temores de que os juros possam subir mais do que o esperado.

No exterior, o dólar ampliou a alta ante uma cesta de moedas e também sobre divisas de países emergentes, como o peso mexicano.

Os rendimentos dos Treasuries dos Estados Unidos também subiam, enquanto que os juros futuros do país recuavam com os investidores vendo maiores chances de quatro altas nos juros do Fed em 2018, uma a mais do que os membros do Fed prevêem.

Juros mais elevados na maior economia do mundo têm potencial para atrair recursos aplicados em outras praças financeiras, como a brasileira.

Antes da sessão de perguntas e respostas, quando o discurso de Powell preparado para a sessão foi divulgado, o mercado respirou aliviado porque havia entendido que ele reforçava a visão de alta "gradual" dos juros.

No texto, Powell, prometendo "encontrar o equilíbrio" entre o risco de uma economia superaquecida e a necessidade de manter o crescimento, disse aos membros do Congresso norte-americano que o banco central norte-americano manterá aumentos graduais na taxa de juros, apesar do estímulo adicional com o corte de impostos e gastos governamentais.

A economia dos Estados Unidos tem dado sinais de força, sobretudo no mercado de trabalho, o que chegou a alimentar forte aversão ao risco nos mercados globais recentemente por temores de que os juros poderiam subir mais rapidamente.

O Banco Central brasileiro concluiu nesta sessão a rolagem do vencimento de março de swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Vendeu 9,1 mil contratos, rolando o total de 6,154 bilhões de dólares.

O próximo vencimento acontece em abril, no total de 9,029 bilhões de dólares, segundo dados do BC. O estoque total de swaps atualmente é de 23,796 bilhões de dólares.

 

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