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Dólar volta a subir depois de fala do presidente do FED

A moeda americana sobe 0,28% para 4,49 reais, com a fala de Jerome Powell de que o impacto do coronavírus vai persistir sobre as economias por mais tempo

Dólar: moeda cai e pode encerrar sequência de nove altas consecutivas (Janaína Ribeiro/Exame)
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Reuters

Publicado em 3 de março de 2020 às 09h20.

Última atualização em 3 de março de 2020 às 15h57.

São Paulo — O dólar tem oscilado de acordo com as notícias do dia. No momento, a moeda americana sobe 0,28% para 4,49 reais, com a fala de Jerome Powell, presidente do banco central americano (Federal Reserve, FED), de que o impacto do coronavírus vai persistir sobre as economias por mais tempo.

Em entrevista coletiva após o corte de juros em 0,5 ponto percentual, Powell disse queo coronavírus representa um risco material, e que a mudança no balanço de riscos levou o banco central dos Estados Unidos a realizar seu primeiro corte de juros emergencial desde a crise financeira."Reconhecemos que um corte na taxa não reduzirá a taxa de infecção, não consertará uma cadeia de suprimentos quebrada. Entendemos isso", disse Powell, de acordo com Dow Jones Newswires.

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Os investidores estão temerosos de que haja pouco espaço para novas medidas de incentivo econômico, o que explica uma corrida em direção a ativos considerados mais seguros, tal qual a moeda americana.

Mais cedo, o dólar chegou a cair logo após a decisão do Fed. Por volta das 14h10, apresentava leve queda de 0,009% e era negociado por 4,486 reais. Pela manhã, antes da decisão do Fed, o dólar se valorizava, chegando a ser vendido por mais de 4,50 reais no mercado interbancário.

 

Pela manhã, ministros do G7 realizaram uma reunião por telefone para discutir o combate ao impacto do coronavírus. Investidores esperavam medidas concretas, não apenas um discurso coordenado.

Os investidores também estão atentos à possibilidade de o Banco Central reduzir a Selic, o que poderia desvalorizar o real, já que os ganhos com carry trade ficariam ainda menos rentáveis no Brasil. Os sucessivos cortes da Selic recentemente reduziram a diferença entre as taxas pagas pelos títulos brasileiros e os papéis norte-americanos - considerados os mais seguros do mundo. Assim, o investidor estrangeiro tem tido menos estímulo para aplicar na renda fixa local, o que prejudica o fluxo cambial e joga contra melhora na oferta de dólar no país.

"Se o Banco Central esperar para agir, o real pode ter espaço para alguma recuperação, mas, se o BC reduzir aqui também, isso vai empurrar o dólar para cima", afirmou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho.

 

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