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Dólar fecha em queda de mais de 1% em dia de “trégua” nos mercados

Retomada das ações de tecnologia nos Estados Unidos traz alívio e enfraquece dólar no mundo

Dólar: na véspera, a moeda norte-americana spot registrou alta de 1,09%, a 5,3662 reais na venda (Antara Foto/Hafidz Mubarak/Reuters)

Dólar: na véspera, a moeda norte-americana spot registrou alta de 1,09%, a 5,3662 reais na venda (Antara Foto/Hafidz Mubarak/Reuters)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 9 de setembro de 2020 às 09h26.

Última atualização em 9 de setembro de 2020 às 17h32.

O dólar fechou em queda de 1,2% nesta quarta-feira, 9 e encerrou cotado a 5,30 reais. O movimento refletiu o bom humor no mercado internacional, com as ações das principais companhias de tecnologia se recuperando após terem registrado perdas significativas nos últimos três pregões.

“Os investidores estão indo em busca de pechinchas, o que está proporcionando um mercado acionário em alta. Isso ajuda as moedas emergentes, que se fortalecem contra o dólar”, afirma Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti.

A moeda americana também se desvaloriza contra o rublo russo, o peso mexicano e rand sul-africano. O Dxy, que mede o desempenho do dólar perante seus pares desenvolvidos, ficou no campo negativo por quase todo o dia.

"O cenário deu uma bela apaziguada. Se esperava [novos capítulos da] guerra comercial entre China e Estados Unidos, mas não teve. Foi bem ameno. Achávamos que viria notícia negativa, mas não veio. Foi tudo bom", disse Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos. Na segunda-feira, 7, o presidente Donald Trump ameaçou romper de vez as relações comerciais com a China.

No cenário interno, as atenções dos investidores se voltaram para o do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, divulgado nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número veio levemente acima das expectativas, apontando para alta anual de 2,44% ante projeções medianas de 2,42%.

Os índices de inflação começaram a ganhar mais relevância no mercado, tendo em vista a alta expressiva de 3,87% do IGP-DI de agosto. “A inflação está aí. E com a inflação voltando não dá mais para cair os juros. Tem que subir para conter a inflação, o que seria favorável para o câmbio”, comenta Ruik.

A queda da taxa básica de juros Selic é tida como uma das razões para a alta do dólar no ano, tendo em vista que a os rendimentos dos títulos brasileiros se tornaram menos atrativos, minando a entrada de capital estrangeiro para o país.

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