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Dólar abre em alta com exterior

O apoio do PMDB aos ajustes fiscais propostos pela equipe econômica traz alívio aos negócios


	Dólar: às 9h30, no mercado de balcão, o dólar à vista caía 0,45%
 (Bay Ismoyo/AFP)

Dólar: às 9h30, no mercado de balcão, o dólar à vista caía 0,45% (Bay Ismoyo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2015 às 10h37.

São Paulo - O apoio do PMDB, maior partido da base aliada do governo federal, aos ajustes fiscais propostos pela equipe econômica traz alívio aos negócios com dólar na abertura da sessão desta terça-feira, 24.

Porém, as incertezas ainda remanescentes sobre a aprovação no Congresso das medidas do pacote fiscal, apesar do suporte declarado, combinadas com fatores vindos do exterior, com Grécia e política monetária dos Estados Unidos em foco, jogam na contramão e tendem a pressionar o mercados doméstico de câmbio para cima.

Às 9h30, no mercado de balcão, o dólar à vista caía 0,45%, cotado a R$ 2,8610, na cotação mínima do dia, depois de abrir em alta de 0,21%, a R$ 2,880.

No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana para março valia R$ 2,8655 (-0,64%), após uma abertura estável, a R$ 2,8840.

Na segunda-feira, 23, à noite, o PMDB anunciou apoio às medidas provisórias que endurecem o acesso a benefícios trabalhistas, como o abono salarial e o seguro-desemprego, e adiou a votação do veto da presidente Dilma Rousseff à proposta de reajuste de 6,5% da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para 2015, que seria votada hoje.

Relatos dos presentes no jantar realizado na residência oficial da vice-presidência da República, dão conta de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fez uma das defesas mais "contundentes" da necessidade de ajuste fiscal, apresentado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Porém, um operador de uma corretora de câmbio afirmou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que "boa vontade só não é suficiente, é preciso garantir a aprovação do pacote de medidas".

Mas outros fatores, domésticos e externos, dividem a atenção dos investidores e podem influenciar o rumo do dólar à vista.

Na agenda econômica do dia, o IBGE informou que o IPCA-15 subiu 1,33% em fevereiro, no resultado mais elevado desde fevereiro de 2013 (+2,19%) e acelerando-se ante a alta de 0,89% apurada em janeiro, que também mostrara maior pressão nos preços em relação a dezembro de 2014 (+0,79%).

O resultado ficou acima da mediana das estimativas coletadas pelo AE Projeções, de 1,30%, e dentro do intervalo previsto, com taxa entre 1,21% e 1,38%.

Com o resultado anunciado hoje, o IPCA-15 acumula altas de 2,23% no ano e de 7,36% nos últimos 12 meses até fevereiro - na taxa mais elevada para o período em 12 meses desde junho de 2005 (+7,72%).

No exterior, as atenções estão divididas entre a Grécia e a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen.

Ela fará um depoimento no Senado norte-americano, a partir do meio-dia, e as expectativas são de que Yellen ecoe as preocupações com o nível baixo da inflação nos EUA, bem como o fortalecimento do mercado de trabalho no país, dando pistas sobre a trajetória da política monetária norte-americana neste ano.

Já no Velho Continente, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, informou que o governo grego entregou na noite de ontem uma proposta de reformas econômicas, em tentativa de garantir o aval final a um acordo provisório, fechado no fim da semana passada, para estender o programa de resgate financeiro a Atenas por mais quatro meses.

Os ministros de Finanças da zona do euro, que formam o Eurogrupo, vão realizar uma teleconferência, a partir das 10h (de Brasília), para discutir as medidas propostas pela Grécia e a possível extensão do financiamento ao país. )

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