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Dólar abre em alta com aceleração da inflação

Os agentes de câmbio estão preocupados com a aceleração da inflação mostrada pelas primeiras prévias do IGP-M e do IPC-S e também com o viés negativo dos mercados no exterior


	No mercado à vista, o dólar abriu com viés de alta, cotado a R$ 2,1380 (+0,09%) no balcão
 (Christopher Furlong/Getty Images)

No mercado à vista, o dólar abriu com viés de alta, cotado a R$ 2,1380 (+0,09%) no balcão (Christopher Furlong/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2013 às 11h31.

São Paulo - O mercado de câmbio doméstico abriu nesta segunda-feira, 10, com o dólar em alta. Os agentes de câmbio estão preocupados com a aceleração da inflação mostrada pelas primeiras prévias de junho do IGP-M e do IPC-S e também ao viés negativo dos mercados no exterior.

Segundo lembrou um operador de um banco, o Banco Central reforçou na ata da última reunião do Copom que a prioridade é o controle dos preços. Por isso, para esse profissional, o mercado seguirá atento aos passos da autoridade monetária nesta segunda-feira.

Até porque, na quinta-feira passada, 7, à noite, a agência Standard & Poor's rebaixou a perspectiva dos ratings do País, por causa do PIB fraco e dos sinais de piora das contas públicas.

Nesse sentido, possíveis novos leilões de venda de swap cambial para segurar a volatilidade do câmbio estão no radar do mercado, tendo em vista que há preocupação com o repasse mais rápido da alta do dólar para a inflação do que o impacto da elevação da taxa Selic sobre a economia.

No exterior, os fracos indicadores divulgados na China no fim de semana apresentam novas evidências de que a segunda maior economia do Planeta está perdendo força.

Um destaque é o crescimento mais lento em quase um ano das exportações chinesas em maio. Já o relatório mensal do governo dos EUA sobre o mercado de trabalho, divulgado na sexta-feira, mostrou que foram criadas 175 mil vagas em maio, acima das 169 mil esperadas pelos Economistas, mas abaixo das 200 mil vagas consideradas necessárias para dar sustentação ao ritmo de crescimento.


Por isso, o dado mantém viva a expectativa de que o Federal Reserve comece a reduzir as compras de bônus no segundo semestre deste ano - um movimento que tende a sustentar o dólar, principalmente diante de moedas de alto retorno, como o dólar australiano e o neozelandês.

No mercado à vista, o dólar abriu com viés de alta, cotado a R$ 2,1380 (+0,09%) no balcão. Até 9h38, a moeda norte-americana testou uma máxima, a R$ 2,1430

(+0,33%). No mercado futuro, no horário acima, o dólar para julho de 2013 estava a R$ 2,1520 (+0,49%), após testar uma máxima, a R$ 2,1525 (+0,51%). Esse vencimento começou a sessão a R$ 2,1475 (+0,28%) e já registrou uma mínima, a R$ 2,1450 (+0,16%).

Entre os indicadores de inflação divulgados nesta segunda-feira, 10, a primeira prévia do IGP-M de junho acelerou para 0,43%, ante alta de 0,03%, em igual prévia do mesmo índice no mês passado, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

A taxa ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE-Projeções, que esperavam de alta de 0,27% a 0,58%, e abaixo da mediana das expectativas em 0,48%. Até a primeira prévia de junho, o índice acumula aumentos de 1,42% no ano e de 5,97% em 12 meses. O período de coleta de preços para cálculo da primeira prévia do IGP-M de junho foi do dia 21 a 31 de maio.


No caso do Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), a inflação ficou em 0,48% na primeira quadrissemana de junho. O resultado ficou 0,16 ponto porcentual acima do registrado na última leitura de maio, quando o índice subiu 0,32%. Seis das oito classes de despesa analisadas para cálculo do IPC-S apresentaram acréscimo em suas taxas de variação de preços, enquanto apenas dois grupos apresentaram decréscimo.

Na Pesquisa Focus, do Banco Central, os analistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para o IPCA deste ano: a mediana das estimativas seguiu em 5,80% para 2013, mesmo patamar visto há quatro semanas; e para 2014, segue em 5,80% pela quarta semana seguida.

Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5, a previsão para o IPCA em 2013 no cenário de médio prazo subiu de 5,98% para 6,02% e, para 2014, aumentou de 5,98% para 6,20%. Entre todos os analistas ouvidos pelo BC, a mediana das estimativas para o IPCA em junho de 2013 também avançou de 0,30% para 0,32%.

Para a expansão do PIB, as projeções na Focus para 2013 são de desaceleração de 2,77% para 2,53%, e para 2014 de 3,4% para 3,2%. A Selic média estimada para 2013 subiu de 7,88% para 8,09%; e para 2014, avançou de 8,50% para 8,75%.

Em relação ao câmbio, a estimativa para o fim de junho e de julho subiu de R$ 2,05 para R$ 2,10. Para o fim de 2013, também avançou de R$ 2,05 para r$ 2,10; e para o fim de 2014, subiu de R$ 2,10 para R$ 2,15. Já a estimativa na Focus para o superávit comercial em 2013 é de queda, de US$ 8,3 bilhões para US$ 7,35 bilhões.

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