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Dólar abre com leve alta, após recuar 2,84% em janeiro

Com a inflação em alta e a atividade fraca no país, a tendência é que o dólar oscile dentro de um intervalo estreito, de R$ 1,95 a R$ 2,00 no curto prazo


	No mercado futuro, desde ontem, o dólar para março de 2013 tornou-se o vencimento mais negociado
 (Marcos Santos/USP Imagens)

No mercado futuro, desde ontem, o dólar para março de 2013 tornou-se o vencimento mais negociado (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - O mercado de câmbio doméstico começou a sessão desta sexta-feira com o dólar à vista em leve alta no balcão, cotado a R$ 1,990 (+0,15%), após a disputa acirrada no mercado futuro nas últimas sessões que contribuiu para a queda de 2,84% no valor da moeda em janeiro.

Até 9h34, a máxima foi de R$ 1,9920 (+0,25%). No mercado futuro, desde ontem, o dólar para março de 2013 tornou-se o vencimento mais negociado. Esse contrato futuro abriu hoje a R$ 1,9975 (-0,03%) e, até 9h36, oscilou entre uma mínima de R$ 1,9960 e uma máxima de R$ 1,9995 (+0,08%).

Enquanto aguardam o anúncio dos dados do mercado de trabalho nos EUA, às 11h30, os agentes de câmbio analisam os números fracos de produção industrial no Brasil em dezembro e em 2012, e o avanço da inflação medida pelo IPC-S de janeiro um pouco acima de 1% (1,01%).

Com a inflação em alta e a atividade fraca no País, a tendência é que o dólar oscile dentro de um intervalo estreito, de R$ 1,95 a R$ 2,00 no curto prazo, disse um operador de tesouraria de um banco.

Na quinta-feira o secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, negou os rumores que circularam esta semana no mercado financeiro de que o governo vai reduzir a alíquota do IOF para os investimentos estrangeiros em renda fixa para atrair capital externo ao País de olho na taxa de câmbio.

Segundo ele, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deixou bastante clara a sua posição de que a política cambial não mudou. "A decisão é manter IOF de 6% sobre renda fixa", disse Oliveira.


De outro lado, para atrair capital estrangeiro e também nacional para investimentos no País, o governo iniciará na terça-feira (5) uma grande ação de marketing para colocar na vitrine seus projetos de infraestrutura.

A ideia é fisgar investidores brasileiros e internacionais neste momento de conjuntura externa ainda incerta e de fluxo cambial negativos nos últimos dois meses. A ofensiva também tentará reverter a agenda negativa que se instalou no início deste ano e evitar que a onda pessimista contamine decisões de investimento.

Numa ação coordenada, integrantes do governo vão destacar as oportunidades de negócios num horizonte de cinco anos. O roadshow começará no dia 5, em São Paulo, seguirá no dia 26 para Nova York e terminará em 1º de março, em Londres.

Nesses encontros, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, traçará na abertura um panorama sobre a economia e o potencial de investimentos no Brasil. O entendimento do governo é de que o País segue como destino importante de recursos e agora é a hora de disseminar essa ideia.

No mercado internacional de moedas, o dólar se recupera da queda ante o euro e segue em alta diante do iene e de algumas moedas correlacionadas a commodities. Os indicadores de atividade da China, divulgados durante a madrugada, mostraram que o setor manufatureiro segue em expansão, embora tenham divergido sobre o ritmo da recuperação iniciada no quarto trimestre de 2012.

Na zona do euro, a atividade industrial aumentou mais que o esperado em vários países do bloco, como Alemanha, Espanha e Itália. O contraponto foi o recuo na França. O Reino Unido também registrou queda na produção industrial. Já a taxa de inflação em janeiro foi a mais baixa na zona do euro desde 2010 num contexto de manutenção de um taxa de desemprego elevada na região, de 11,7% em dezembro.

Em Nova York, às 9h42, o euro estava em US$ 1,3653, de US$ 1,3590 no fim da tarde de ontem. O dólar subia a 92,1485 ienes, de 92,05 ienes na véspera. O dólar norte-americano também ganhava diante do dólar australiano (+0,49%), do dólar canadense (+0,25%), do peso chileno ((+0,16%) e do peso mexicano (+0,40%), enquanto recuava ante o dólar neozelandês (-0,13%) e a rupia indiana (-0,03%).

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