Dividendos em xeque? Saiba o que esperar do balanço - e proventos - da Petrobras (PETR4) no 4T23
O balanço da Petrobras promete responder as dúvidas dos investidores — seja sobre ao seu desempenho financeiro, quanto aos proventos dos acionistas
Repórter de Invest
Publicado em 6 de março de 2024 às 17h58.
Última atualização em 6 de março de 2024 às 21h11.
Uma das maiores empresas do Ibovespa vai reportar os seus resultados do quarto trimestre amanhã, 7. Em meio a uma disparada das suas ações e valor de mercado, bem como declarações de seu dirigente, o balanço da Petrobras (PETR4) deve vir acompanhado de algumas respostas que os investidores anseiam —sobretudo ao que se refere aos dividendos aos seus acionistas.
Há quase um mês, a estatal deu pistas de como será o seu desempenho financeiro ao divulgar os resultados operacionais do último trimestre do ano passado. No período, a produção média de óleo, líquido de gás natural (LGN) e gás natural da Petrobras chegou a 2,94 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), um aumento de 11,1% em relação ao mesmo período de 2022. Já na produção própria de óleo no pré-sal, o volume foi de 1.937 milhões de boed, 18,2% a mais do que um ano antes.
Para o Santander, o desempenho operacional da Petrobras no 4T23 foi impulsionado peloaumento na produção doméstica de petróleo, com maior lucratividade dada o aumento da participação do pré-sal, e margens de refino continuamente fortes. “Esses efeitos devem compensar em grande parte a queda trimestral de aproximadamente 3% nos preços do barril do Brent, em nossa visão”, dizem os analistas.
Diante dos números reportados, os analistas do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME), Genial Investimentos e Santander esperam que a Petrobras entregue resultados sólidos no 4T23. Confira abaixo as projeções dos principais indicadores financeiros:
Mas e os dividendos da Petrobras (PETR4)?
Se de um lado os resultados financeiros da Petrobras mantêm os analistas otimistas, outro assunto tem preocupado os investidores. Há uma semana, declarações do presidente da estatal, Jean Paul Prates, à Bloomberg News sobre uma postura “cautelosa” em relação à distribuição de dividendos fez as ações caírem — e a companhia perder mais de R$ 30 bilhões em valor de mercado. No mesmo dia, via fato relevante, a estatal afirmou que “não há qualquer decisão tomada em relação à distribuição de dividendos ainda não declarados".
Os analistas das três instituições acima citadas fizeram suas projeções sobre os proventos referentes ao quarto trimestre, porém anteriormente a essa fala de Prates. Em um relatório publicado no dia seguinte ao ocorrido, o BTG disse acreditar que ainda é justo assumir pagamentos “robustos” no período. “Uma vez que um cenário de não distribuição resultaria numa posição de caixa crescente nos próximos anos (o que contradiz as nossas premissas de pragmatismo e processos graduais de M&A ).”
Entre os pontos que embasam essa crença dos analistas, eles destacam:
- as projeções de consenso para a produção, aos preços do petróleo e aos investimentos são conservadoras, que podem conduzir a novos ajustes positivos de lucros nos próximos trimestres;
- uma abordagem pragmática do governo, uma vez que as distribuições das empresas públicas podem reforçar as contas fiscais do país;
- a falta de grandes fusões e aquisições que poderiam minar a capacidade da empresa de continuar a distribuir o seu excedente de caixa;
- a crença de que a governança corporativa da empresa atualmente dificulta os desembolsos em projetos destrutivos de valor.
Dito isso, confira abaixo as projeções do BTG, Genial Investimentos e Santander sobre os dividendos da Petrobras no 4T23:
- BTG: US$ 3,7 bilhões (mais dividendos extraordinários de US$ 4 bilhões relacionados a 2023)
- Genial: US$ 3,84 bilhões
- Santander: US$ 4 bilhões (mais dividendos extraordinários de US$ 3,5 bilhões relacionados a 2023)