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Dívida subsidiada avança com queda em títulos públicos

O saldo de letras imobiliárias de crédito, utilizadas pelos bancos para financiar imóveis, saltou 35 por cento nos 12 meses até outubro, para um recorde de R$60,2 bilhões


	Bovespa: os títulos de bancos que financiam empréstimos agrícolas subiram 20 por cento
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Bovespa: os títulos de bancos que financiam empréstimos agrícolas subiram 20 por cento (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2012 às 09h07.

São Paulo - Os incentivos fiscais a investidores individuais estão ajudando a impulsionar as emissões de dívida atrelada a tudo, de edifícios comerciais a empréstimos agrícolas. Com a queda nos rendimentos dos títulos do governo, cresce a busca por ativos de risco maior com taxas subsidiadas.

O saldo de letras imobiliárias de crédito, utilizadas pelos bancos para financiar imóveis, saltou 35 por cento nos 12 meses até outubro, para um recorde de R$ 60,2 bilhões, enquanto os títulos de bancos que financiam empréstimos agrícolas subiram 20 por cento, de acordo com a Cetip SA - Mercados Organizados.

A operadora de rodovias Autoban SA emitiu em outubro debêntures de infraestrutura, que são isentas de impostos, sem oferecer qualquer prêmio em relação às taxas das Notas do Tesouro Nacional série B, atreladas ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, ou 2,71 por cento.

O governo está oferecendo isenções fiscais para estimular o financiamento privado para o agronegócio, os setores imobiliário e de infraestrutura com o objetivo de acabar com a dependência das empresas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e financiar R$ 1 trilhão em investimentos para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro de 2016.

O rendimento das NTN-B com vencimento em 2017 acumula uma queda de 290 pontos-base este ano, para 2,44 por cento, enquanto a taxa de títulos chilenos de prazo similar subiu 40 pontos-base para 2,77 por cento no mesmo período.

“As pessoas estão tentando diversificar. Caso contrário, eles vão ganhar muito pouco em termos reais”, disse Armando Castelar, professor de economia da Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro, e ex-BNDES, em entrevista por telefone. Os incentivos fiscais “dão um maior incentivo para emitir títulos de maior duração.”

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