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Dívida da Marfrig é salva pelo BNDES

Os US$ 500 milhões (R$ 1,02 bilhão) em notas da Marfrig com vencimento em 2020 subiram 13,98 cents por dólar desde que tocaram o menor patamar em dois meses

Marfrig: a dívida foi negociada abaixo do equivalente a risco de inadimplência, com rendimentos de menos de 10 pontos percentuais acima dos títulos do Tesouro dos EUA (Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2012 às 21h05.

A decisão da presidente Dilma Rousseff de injetar capital na fabricante de carne processada mais endividada do Ocidente está permitindo aos credores da Marfrig Alimentos SA desfrutar do maior avanço do mercado de dívida da região.

Os US$ 500 milhões (R$ 1,02 bilhão) em notas da Marfrig com vencimento em 2020 subiram 13,98 cents por dólar desde que tocaram o menor patamar em dois meses em 23 de agosto, segundo dados compilados pela Bloomberg.

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Os rendimentos caíram 3,51 pontos percentuais, mais de quatro vezes a queda média dos títulos de dívida que compartilham o rating B2 da Moody’s Investors Service.

A dívida foi negociada abaixo do equivalente a risco de inadimplência, com rendimentos de menos de 10 pontos percentuais acima dos títulos do Tesouro dos EUA, pela primeira vez em seis meses em 8 de outubro.

A Marfrig pretende vender cerca de R$ 1,1 bilhão em ações até fevereiro, e usar 70 por cento do dinheiro para pagar suas obrigações depois que 20 aquisições nos últimos cinco anos aumentaram em mais de vinte vezes sua dívida líquida para um nível recorde de US$ 5 bilhões.


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, segundo maior acionista da Marfrig, pretende comprar ações suficientes na oferta para pelo menos manter sua participação de 14 por cento, segundo pessoa próxima ao assunto. O investimento é parte de no mínimo US$ 123 bilhões que o governo deu ao banco desde 2009 para impulsionar a indústria nacional.

“O BNDES, leia-se o governo, está apoiando a Marfrig, alinhado com a política do Lula e da Dilma de fomentar os chamados campeões nacionais”, disse Marco Aurelio de Sa, chefe de trading na corretora do Crédit Agricole SA em Miami, em entrevista por telefone. “Além disso, você tem uma oferta de ações, o que no caso deles é uma forma de se proteger contra um possível problema de default. Depois disso, estou muito positivo com o crédito da empresa.”

Executivos da Marfrig e do BNDES, que pediram para não ser identificados devido à política interna das instituições, não quiseram comentar sobre a venda de ações nem sobre o seu impacto sobre a dívida da fabricante de produtos que vão de hambúrgueres para o McDonald’s Corp. até linguiças defumadas.

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