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Deutsche Bank lança robô que simula operadores da bolsa

Banco traz ao país dois novos produtos para avançar no mercado eletrônico brasileiro

Robôs podem chegar a 30% do volume operado na Bovespa em dois anos, projeta o banco
DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2011 às 18h23.

São Paulo – O Deutsche Bank entrou definitivamente no segmento eletrônico no país. O banco lançou na semana passada dois produtos que utilizam algoritmos para facilitar os negócios na bolsa brasileira e reduzir os erros humanos dos operadores.

Os dois programas, o Stealth e o Autobahn Equity, marcam a entrada do banco no segmento que pode chegar a 30% do volume de negócios da Bovespa em dois anos, conforme projeta André Rosenblit, chefe da corretora no Brasil.

O Stealth, considerado o principal produto do banco, tenta simular a atuação de um operador na bolsa. “Às vezes é melhor identificar a oportunidade e apenas efetuar a estratégia quando a liquidez aparece. Isso simula o operador quieto, quando na verdade esperava apenas o melhor momento”, explica Rosenblit.

EXAME.com conversou com o executivo e com Caio Blasco, especialista no produto, sobre a estratégia do Deutsche no Brasil e o avanço dos robôs no mercado.

Como funciona a estratégia do Stealth?

André Rosenblit - Há 10 anos o mercado acionário tinha o operador de pregão, que negociava aos berros. Mas eles também tinham as estratégias, como ficar em silêncio ou simular a intenção de comprar, porém com o objetivo de vender. Existia um teatro muito grande. Hoje o que predomina é o pregão eletrônico. Os algoritmos agora é que tentam copiar o ambiente de pregão para o mercado eletrônico.

Usamos diversas lógicas, como séries estatísticas, correlações, leitura de mercado e timming. O algoritmo também decide se mostra ou não a cara, ou seja, ele pode às vezes não inserir a ordem. Às vezes é melhor apenas identificar a oportunidade, e quando a liquidez aparece o robô efetua a estratégia. Isso simula o operador quieto, quando na verdade estava apenas esperando o melhor momento. É um algoritmo que possui o objetivo de executar a melhor compra e venda. O robô é quem decide colocar o não as ofertas e deixa-las ou não visíveis.

Caio Blasco - Com esse formato é o primeiro no mercado brasileiro.

Qual é o potencial de robotização do mercado brasileiro?

André Rosenblit - Nos EUA, o mercado eletrônico corresponde a 70% do volume total. Na Europa e na Ásia o percentual chega a 50%. No Brasil ainda está entre 5% e 7%. Ainda estamos no processo inicial. Os principais fundos já estão colocando as ordens de forma eletrônica, mas isso ainda não chegou aos fundos de pensão. Acredito que o Brasil pode ter 30% do mercado eletrônico em 2 anos.

A ideia do mercado eletrônico é a de facilitar os controles e evitar os erros humanos. Quem tiver o melhor algoritmo ganhará mais participação de mercado.

Caio Blasco - O mercado americano começou com a tecnologia eletrônica em 1972. São 40 anos para o estado atual. O Brasil está há 5 anos. Tanto os participantes do mercado, quanto o investidor, bolsa e corretoras ainda estão em adaptação.


Por que o Deutsche ainda não tinha entrado no mercado brasileiro com os produtos de algoritmos?

André Rosenblit - O nosso objetivo é agregar valor e gerar alta para os clientes. Olhando para trás não somos o primeiro, mas para frente o nosso potencial é enorme. O crescimento e questão de tempo. O eletrônico é uma das estratégias para aumentar a penetração com os investidores locais e ter mais tamanho no Brasil. É uma estratégia em vários mercados emergentes.

Tempos hoje um time de 25 pessoas entre vendedores, operadores e analistas atuando em todos os segmentos. Temos a intenção de aumentar a equipe em mais 5 pessoas nos próximos 12 meses. O banco tem hoje uma participação de 4 a 5% na bolsa. A nossa ideia é chegar em 6 a 8% em dois anos. E a estratégia é aumentar o número de companhias listadas, ter o mercado eletrônico funcionando, derivativos, estruturação, IPOs e follow-ons.

É preciso alterar as estratégias para que outros robôs não copiem os modelos?

Caio Blasco - As estratégias são dinâmicas e vão se alterando. Existem aproximadamente 600 parâmetros. Alguns hedge funds estrangeiros operam hoje no Brasil com a leitura das estratégias locais não para negociar um papel, mas sim a contraparte.

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São Paulo – O Deutsche Bank entrou definitivamente no segmento eletrônico no país. O banco lançou na semana passada dois produtos que utilizam algoritmos para facilitar os negócios na bolsa brasileira e reduzir os erros humanos dos operadores.

Os dois programas, o Stealth e o Autobahn Equity, marcam a entrada do banco no segmento que pode chegar a 30% do volume de negócios da Bovespa em dois anos, conforme projeta André Rosenblit, chefe da corretora no Brasil.

O Stealth, considerado o principal produto do banco, tenta simular a atuação de um operador na bolsa. “Às vezes é melhor identificar a oportunidade e apenas efetuar a estratégia quando a liquidez aparece. Isso simula o operador quieto, quando na verdade esperava apenas o melhor momento”, explica Rosenblit.

EXAME.com conversou com o executivo e com Caio Blasco, especialista no produto, sobre a estratégia do Deutsche no Brasil e o avanço dos robôs no mercado.

Como funciona a estratégia do Stealth?

André Rosenblit - Há 10 anos o mercado acionário tinha o operador de pregão, que negociava aos berros. Mas eles também tinham as estratégias, como ficar em silêncio ou simular a intenção de comprar, porém com o objetivo de vender. Existia um teatro muito grande. Hoje o que predomina é o pregão eletrônico. Os algoritmos agora é que tentam copiar o ambiente de pregão para o mercado eletrônico.

Usamos diversas lógicas, como séries estatísticas, correlações, leitura de mercado e timming. O algoritmo também decide se mostra ou não a cara, ou seja, ele pode às vezes não inserir a ordem. Às vezes é melhor apenas identificar a oportunidade, e quando a liquidez aparece o robô efetua a estratégia. Isso simula o operador quieto, quando na verdade estava apenas esperando o melhor momento. É um algoritmo que possui o objetivo de executar a melhor compra e venda. O robô é quem decide colocar o não as ofertas e deixa-las ou não visíveis.

Caio Blasco - Com esse formato é o primeiro no mercado brasileiro.

Qual é o potencial de robotização do mercado brasileiro?

André Rosenblit - Nos EUA, o mercado eletrônico corresponde a 70% do volume total. Na Europa e na Ásia o percentual chega a 50%. No Brasil ainda está entre 5% e 7%. Ainda estamos no processo inicial. Os principais fundos já estão colocando as ordens de forma eletrônica, mas isso ainda não chegou aos fundos de pensão. Acredito que o Brasil pode ter 30% do mercado eletrônico em 2 anos.

A ideia do mercado eletrônico é a de facilitar os controles e evitar os erros humanos. Quem tiver o melhor algoritmo ganhará mais participação de mercado.

Caio Blasco - O mercado americano começou com a tecnologia eletrônica em 1972. São 40 anos para o estado atual. O Brasil está há 5 anos. Tanto os participantes do mercado, quanto o investidor, bolsa e corretoras ainda estão em adaptação.


Por que o Deutsche ainda não tinha entrado no mercado brasileiro com os produtos de algoritmos?

André Rosenblit - O nosso objetivo é agregar valor e gerar alta para os clientes. Olhando para trás não somos o primeiro, mas para frente o nosso potencial é enorme. O crescimento e questão de tempo. O eletrônico é uma das estratégias para aumentar a penetração com os investidores locais e ter mais tamanho no Brasil. É uma estratégia em vários mercados emergentes.

Tempos hoje um time de 25 pessoas entre vendedores, operadores e analistas atuando em todos os segmentos. Temos a intenção de aumentar a equipe em mais 5 pessoas nos próximos 12 meses. O banco tem hoje uma participação de 4 a 5% na bolsa. A nossa ideia é chegar em 6 a 8% em dois anos. E a estratégia é aumentar o número de companhias listadas, ter o mercado eletrônico funcionando, derivativos, estruturação, IPOs e follow-ons.

É preciso alterar as estratégias para que outros robôs não copiem os modelos?

Caio Blasco - As estratégias são dinâmicas e vão se alterando. Existem aproximadamente 600 parâmetros. Alguns hedge funds estrangeiros operam hoje no Brasil com a leitura das estratégias locais não para negociar um papel, mas sim a contraparte.

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