Depois de recuperação judicial, Gol anuncia patrimônio liquído negativo de R$ 23 bi; ações caem 18%
A Gol divulgou informações financeiras preliminares e não auditadas referentes ao período encerrado em 31 de dezembro de 2023
Repórter de Invest
Publicado em 1 de janeiro de 2024 às 13h31.
Última atualização em 1 de fevereiro de 2024 às 23h43.
A turbulência na Gol (GOLL4) parece estar longe de acabar. Enquanto na sexta-feira, 26, os investidores repercutiram o pedido de recuperação no Tribunal de Falências dos Estados Unidos , no pregão de hoje o assunto que dá o tom negativo aos papéis é o patrimônico negativo divulgado pela companhia.Por volta das 16h30, as ações caíam 18,07%.
Na manhã desta segunda-feira, 29, por meio de fato relevante, a Gol divulgou informações financeiras preliminares e não auditadas referentes ao período encerrado em 31 de dezembro de 2023. Entre os números, um dos destaques foi o patrimônio líquido negativo em R$ 23,3 bilhões contabilizados no quarto trimestre de 2023. Três meses antes, o valor era de R$ 22 bilhões, um aumento de 6%.
Na mesma comparação, o total de ativos da companhia recuou 2,09%, de R$ 17,2 bilhões para R4 16,8 bilhões.Outro número a chamar a atenção é o endividamento da companhia, com financiamentos e empréstimos, que ficaram praticamente estáveis (-0,25%) em R$ 20,176 bilhões.
Gol anuncia aprovação do Tribunal de Falências dos EUA
Um pouco depois das 15h desta segunda-feira, a Gol também comunicou que recebeu hoje a aprovação do Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York, nos Estados Unidos, para a reestruturação financeira legal da companhia. Segundo a aérea, o tribunal aprovou o acesso provisório da parcela inicial dos US$ 950 milhões do financiamento na modalidade “devedor em posse” (DIP).
“A Gol buscará aprovação final para acessar integralmente o financiamento em audiência que será realizada nas próximas semanas. Enquanto isso, a companhia terá acesso imediato à parcela disponibilizada da nova liquidez”, diz o fato relevante.
Consequências da recuperação judicial da Gol (GOLL4)
Em relatório, os analistas do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME) destacam que o pedido de recuperação judicial da Gol busca por apoio financeiro a fim de aumentar a capacidade em meio à demanda em recuperação e restrições de fornecimento de aeronaves.
Além disso, eles explicam que o pedido de recuperação judicial da Gol deve gerar consequências não apenas à companhia, mas mesmo para o setor aéreo brasileiro. Deste modo, eles listam três possíveis impactos dessa situação:
- aumento da pressão sobre o governo para resolver reivindicações antigas do setor, como fornecer liquidez às empresas locais. “Acreditamos que o governo possa estar interessado em fornecer liquidez ao setor para evitar uma maior interrupção da capacidade, o que aumentaria ainda mais as tarifas aéreas”;
- redução capacidade de um dígito é um pressuposto razoável;
- diluição adicional de capital é provável, mas a magnitude depende de quanto a empresa pode levantar.
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**Matéria atualizada às 16h30 com anúncio da aprovação da reestruturação financeira legal da companhia pelo Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York