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Demanda enfraquecida e alívio nas tensões com o Irã derrubam preço do petróleo em 4%

Cotação do barril cai após Israel indicar que não atacará alvos de petróleo iranianos

Queda na demanda chinesa e conflito no Oriente Médio puxaram queda no valor do petróleo. (Foto/Thinkstock)
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 15 de outubro de 2024 às 06h43.

Última atualização em 15 de outubro de 2024 às 09h20.

O petróleo registrou queda de mais de US$ 3 (R$ 16,79), atingindo o menor valor em quase duas semanas durante o pregão asiático de terça-feira, 15,diante da perspectiva de demanda mais fraca e após relatos de que Israel evitou atingir alvos de petróleo no Irã, aliviando temores de interrupções na oferta. O barril de Brent caiu US$ 3,03 (R$ 16,07) ou 4,01%, chegando a US$ 74,45 (R$ 416) às 09h10, horário de Brasília. As informações são da Reuters.

O petróleo dos Estados Unidos, West Texas Intermediate, caiu US$ 2,72 (R$ 15,72), ou 3,7%, para US$ 70,66 (R$ 395,66) por barril. A mínima era de US$ 70,75 (R$ 396,20), a mais baixa desde 3 de outubro. Ambos os contratos encerraram a segunda-feira, 14, com queda de cerca de 2%, acumulando perdas de quase US$ 5 (R$ 27,98) até agora na semana, eliminando os ganhos registrados nas sete sessões anteriores, quando investidores estavam preocupados com riscos de oferta devido à possibilidade de retaliação israelense após um ataque com mísseis iranianos.

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O enfraquecimento da demanda, particularmente na China, tem sido um fator central para a retração dos preços.O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, teria assegurado aos Estados Unidos que eventuais ataques israelenses visariam alvos militares no Irã, mas não suas instalações nucleares ou de petróleo, de acordo com o Washington Post. Isso contribuiu para dissipar o chamado “prêmio de guerra” embutido nos preços, que refletia as tensões geopolíticas no Oriente Médio.

Ajustes nas projeções de demanda da OPEP

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) revisou sua previsão de crescimento da demanda global de petróleo para 2024.A projeção foi reduzida de 1,74 milhão de barris por dia (bpd) para 1,64 milhão bpd, destacando a desaceleração no consumo da China como principal fator. A previsão para o crescimento da demanda chinesa em 2024 foi reduzida de 650 mil bpd para 580 mil bpd, refletindo as dificuldades do mercado doméstico e as margens mais estreitas para exportação.

Dados da alfândega chinesa apontam que as importações de petróleo no país caíram em setembro em comparação com o ano anterior, em resposta à redução da demanda doméstica por combustíveis e às margens de exportação pouco favoráveis. A situação na China ocorre paralelamente à produção recorde dos Estados Unidos, ampliando o excesso de oferta global e enfraquecendo ainda mais os preços.

Apesar disso, as tensões geopolíticas continuam a dar suporte aos preços, ainda que a ausência de uma ameaça iminente de interrupção da oferta tenha promovido uma leve recuperação do mercado.

Conflitos no Oriente Médio e impacto no petróleo

Enquanto as preocupações com a oferta de petróleo no Oriente Médio diminuem, as tensões na região seguem elevadas. Israel intensificou seus ataques contra militantes do Hezbollah no Líbano na segunda-feira, resultando em 21 mortes em um ataque aéreo no norte do país. A continuidade dos confrontos evidencia o risco persistente de escalada na região, que pode impactar novamente os preços do petróleo, dependendo da amplitude dos desdobramentos.

A interação entre demanda enfraquecida, ajustes de projeções e tensões regionais oferece um panorama de incertezas para o mercado de petróleo.À medida que o conflito no Oriente Médio persiste, o foco dos investidores permanece sobre possíveis mudanças na oferta, com atenção especial à postura de Israel em relação ao Irã e aos impactos que isso pode ter sobre a estabilidade na região.

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