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Dell faz acordo de U$ 100 milhões por fraude

Empresa teria quebrado as regras e sonegado informações para apresentar resultados em linha com a expectativa do mercado

Dell foi acusada de usar pagamentos não declarados para manter seus resultados trimestrais positivos (.)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2010 às 15h31.

São Paulo - A fabricante computadores Dell concordou em pagar 100 milhões de dólares para encerrar as acusações de fraude contábil feitas há cinco anos pelo órgão regulador do mercado de ações norte-americano, a SEC (Securities and Exchange Commission).

A empresa foi acusada de esconder dos investidores o uso de contabilidade falsa, baseada em pagamentos recebidos da empresa de microprocessadores Intel por um contrato de exclusividade.  Os pagamentos chegaram a representar 76% do lucro operacional da Dell no primeiro trimestre de 2007, e geravam, ano após ano, resultados constantemente à altura da expectativa dos analistas.

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O processo da SEC denunciou a omissão de informação aos investidores, que não eram avisados da extensão dos pagamentos e como eles eram utilizados. "Foram esses pagamentos, em lugar da gestão da empresa e suas operações, que permitiram que a Dell alcançasse suas metas de lucro", condena a SEC em declaração oficial.

A SEC também acusa o presidente Michael Dell e outros altos executivos da companhia de fazerem vistas grossas à violação das informações. Michael Dell, que continuou à frente da empresa mesmo após a abertura do processo em 2005 e com aprovação do conselho administrativo, terá de pagar pessoalmente multa de 4 milhões de dólares.

Sonegação de informações

Sem os pagamentos da Intel, a Dell não teria correspondido ao consenso dos analistas que a cobrem trimestre a trimestre, de 2002 a 2006. O aporte foi parte crescente do lucro da empresa, de 10% no ano fiscal de 2003 a 38% no ano fiscal de 2006, até 76% no primeiro trimestre de 2007, de acordo com a SEC.

No acordo para o encerramento das acusações, a companhia não admite nem nega a fraude, e concorda em não repetir futuramente violações semelhantes.

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