Mercados

Dado fraco de emprego nos EUA pesa e dólar abre em baixa

O setor privado dos EUA criou 166 mil empregos em setembro, abaixo da previsão de geração de 178 mil


	Câmbio: às 9h29, o dólar à vista no balcão caía 0,36%, a R$ 2,2150, na máxima
 (REUTERS/Gregg Newton)

Câmbio: às 9h29, o dólar à vista no balcão caía 0,36%, a R$ 2,2150, na máxima (REUTERS/Gregg Newton)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2013 às 11h50.

São Paulo - O dólar perdeu força ante as principais divisas após o relatório ADP nos Estados Unidos mostrar uma criação de emprego no setor privado abaixo do esperado em setembro. A moeda americana, que era negociada em alta no mercado futuro, virou e no à vista a abertura já foi em queda. O setor privado dos EUA criou 166 mil empregos em setembro, abaixo da previsão de geração de 178 mil vagas. A leitura de agosto foi revisada para baixo, para criação de 159 mil empregos, ante 176 mil anteriormente.

Às 9h29, o dólar à vista no balcão caía 0,36%, a R$ 2,2150, na máxima, após atingir a mínima de R$ 2,2130 (-0,45%). O dólar futuro para novembro caía 0,18%, a R$ 2,2290.

O euro virou e subia a US$ 1,3528, de US$ 1,3525 no fim da tarde de sexta-feira, 27. O dólar caía a 97,33 ienes, de 98,01 ienes no fim da tarde de sexta-feira. O dólar caía 0,15%, a 0,9050 franco suíço. O Dollar Index (DXY) perdia 0,05%, a 80,098.

Sem uma acordo para aprovação do Orçamento nos EUA, a paralisação do governo já completa um dia e os mercados parecem menos tranquilos do que na terça-feira, 1. Os investidores não estão tão seguros de que o fechamento parcial da administração de Barack Obama acabará logo. Até porque há poucos sinais de vontade de acordo no Congresso. Na terça-feira, 1, o dólar no balcão fechou em alta de 0,32%, a R$ 2,2230. No mercado futuro, o dólar para novembro fechou em baixa de 0,04%, a R$ 2,2330.

"O fechamento deve durar mais tempo do que muitos acreditavam. O custo dessa paralisação deve ter um escalar rapidamente conforme se estende ao longo da semana", avalia o estrategista da BNY Mellon Michael Wookfolk, em nota a clientes. Segundo ele, o impacto no sentimento do consumidor e nos gastos poderá tirar 1% do PIB do quarto trimestre se a paralisação durar tanto quanto em 1995-96, que foram 17 dias.


Na terça-feira, 1, o Senado rejeitou três pacotes de gastos propostos pelos republicanos da Câmara e votou contra a tentativa dos republicanos de estabelecer negociações formais para reverter o impasse e fazer mudanças no programa de reforma do sistema de saúde de Obama.

A expectativa para os dados do relatório ADP é de criação de 178 mil empregos, de 176 mil em agosto. Os números de emprego no setor privado serão especialmente importantes diante do risco de que os dados de emprego do governo, que engloba também o setor público, o payroll, não venha a ser divulgado na sexta-feira por causa da paralisação. "O payroll é muito importante para que o Fed defina sobre a redução dos estímulos", comentou há pouco o operador de tesouraria de um banco. Sem esse dado, disse ele, os mercados continuam no cenário nebuloso sem sinais sobre quando essa redução poderá ocorrer.

Ainda na agenda de hoje estão o discurso do presidente do Federal Reserve, Ben

Bernanke (16h30) e também do presidente do Fed de Saint Louis, James Bullard, que participa do mesmo evento que Bernanke e ambos são votantes no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). Outro votante, o presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren, faz discursos a partir das 13 horas. Além disso, Obama se reúne com banqueiros para discutir questões orçamentárias, sem horário previsto.

O dólar é negociado perto da estabilidade ante o euro e franco suíço, cai ante o iene e ganha fôlego em relação às moedas emergentes e ligadas a commodities. A maior preocupação com o desfecho para a situação fiscal dos EUA fez a bolsa de Tóquio fechar em queda de 2,2% e, an Europa, as bolsas de Londres, Paris e Frankfurt operam no vermelho.

Na Itália, a crise política pode estar chegando ao fim, com a votação de confiança no governo Enrico Letta no Senado. Berlusconi, que pouco antes havia dito para os integrantes do seu partido votarem "não", disse há pouco que apoiará Letta, assim como seu partido, mas admitiu que a decisão "não foi fácil".

Às 8h30, O dólar subia ante moedas emergentes e ligadas a commodities: dólar australiano (+0,54%); dólar canadense (+0,17%); dólar neozelandês (+0,58%); rupia indiana (-0,10%); lira turca (+0,59%); rand sul-africano (+0,13%); peso mexicano (+0,33%); rublo russo (+0,29%).

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarEstados Unidos (EUA)MoedasPaíses ricos

Mais de Mercados

Pragmatismo é maior que do último governo do PT e temor deve arrefecer, diz gestor da Mantaro

Vitória de Trump pode aumentar o preço do dólar, avalia Gavekal Research

Propostas de Trump podem pressionar inflação nos EUA, diz estrategista da BlackRock

Ibovespa opera em alta com ajuda de Petrobras (PETR4); Dow Jones bate recorde histórico

Mais na Exame