CSN Mineração pode ter pré-pagamento de até US$ 500 mi em contrato com Glencore
Glencore foi madrinha do IPO da companhia, realizado em 2021, com cheque de US$ 250 milhões
Graziella Valenti
Publicado em 26 de dezembro de 2022 às 15h26.
A CSN Mineração (CMIN3), dona da mina Casa de Pedra, aprovou um novo contrato de compra e venda de minério de ferro com a Glencore que permitirá um pré-pagamento de exportação de um valor máximo de até US$ 500 milhões, ou o equivalente a mais de R$ 2,5 bilhões. O acordo segue os parâmetros do contrato de 2019 e seus respectivos aditivos. O conselho de administração aprovou a assinatura em reunião na sexta-feira, dia 23.
A Glencore tem papel relevante na vida societária da CSN Mineração. Foi um cheque de US$ 250 milhões da gigante anglo-suíça que permitiu que a oferta pública inicial (IPO) da empresa se concretizasse, em fevereiro de 2021. Na época, a companhia foi avaliada em R$ 47,5 bilhões e as ações saíram no piso do intervalo sugerido para a operação, em R$ 8,50. Há pouco, os papéis eram negociados a R$ 4,04, com alta leve de 0,25%. Com isso, a empresa está avaliada hoje em R$ 22,2 bilhões.
A CSN Mineração tem um ciclo de investimentos intensos ainda pela frente. Mas, como a empresa é forte geradora de caixa, tem como política distribuir entre 80% e 100% do lucro gerado aos acionistas. Desde que listou as ações na B3 já distribuiu o equivalente a R$ 7,575 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio.
A Gleencore já realizou os investimentos do IPO. Aliás, faz tempo: a posição adquirida — da ordem de 3% do capital — foi vendida meses depois, em maio de 2021, quando os papéis da empresa brasileira acumulavam valorização pouco superior a 20%. Hoje, na base acionária da CSN Mineração estão Posco (1,86%) , China Steel (0,41%) e Corporation e Itochu Corporation (9,25%). A siderúrgica CSN ( CSNA3 ) é dona de quase 80% da empresa de mineração.