Em relação a uma cesta com as principais divisas, como o euro, o dólar tinha alta de 0,45 pro cento às 17h32 (Alex Wong/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2011 às 16h58.
São Paulo - O dólar subiu mais de 1 por cento e fechou acima de 1,80 real pela primeira vez em uma semana nesta quinta-feira, seguindo o pessimismo no mercado internacional em relação à cúpula de líderes da União Europeia e à disposição do Banco Central Europeu (BCE) de ampliar sua atuação contra a crise da dívida.
A moeda norte-americana fechou em alta de 1,50 por cento, a 1,8174 real para venda. A última vez que o dólar fechou acima de 1,80 real foi em 1o de dezembro. Em relação a uma cesta com as principais divisas, como o euro, o dólar tinha alta de 0,45 pro cento às 17h32. Moedas mais parecidas com o real por terem um perfil associado a investimentos de risco, como o peso mexicano, perdiam mais terreno, com queda de mais de 1 por cento.
A cúpula de quinta e sexta-feira na UE é a última chance para um acordo que salve o euro, afirmou o presidente da França, Nicolas Sarkozy. Alguns líderes, porém, expressavam ceticismo, como o premiê britânico, David Cameron, que afirmou que não hesitará em vetar um acordo eventualmente contrário aos interesses do Reino Unido.
Contribuindo para o mal-estar dos investidores, o Banco Central Europeu (BCE) se absteve de prometer intervenções maiores no mercado com o objetivo de enfrentar a crise da dívida. O BCE reduziu o juro em 0,25 ponto percentual, mas esta ação já era esperada. "A alta do dólar se deve a essa volatilidade louca que a gente está importando lá de fora", disse o diretor de tesouraria do Banco Prosper, Jorge Knauer.
"É para entrar e sair (do mercado) no mesmo dia, e não ficar com posição. Porque amanhã pode ser completamente diferente do dia de hoje", acrescentou. A taxa Ptax, calculada pelo Banco Central e usada como referência para os ajustes de contratos futuros e outros derivativos de câmbio, fechou a 1,7941 real para venda, em queda de 0,22 por cento ante quarta-feira. (Reportagem de Silvio Cascione; Edição de Hélio Barboza)