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Criptomoeda subiu 695% por acordo com Visa que nunca aconteceu

As novas empresas de moedas digitais estão clamando por acordos com a Visa, porque com isso suas moedas seriam aceitas em 44 milhões de lojas de sua rede

Visa: a empresa de moeda digital divulgou acordo que ainda não existe (Samsung/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2017 às 16h31.

Última atualização em 4 de outubro de 2017 às 15h58.

Noav York - Uma forma de dinheiro digital conhecida como Monaco ganhou 695 por cento em valor desde 17 de maio, quando sua empresa emissora tuitou que ofereceria um cartão com bandeira Visa.

A Monaco não tinha nenhum acordo com a Visa.

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Posteriormente, naquele mesmo mês, a Monaco publicou um comunicado à imprensa descrevendo os benefícios de seu cartão de bandeira Visa .

Novamente, não havia nenhum acordo com a Visa.

A Monaco, no entanto, está trabalhando com uma emissora licenciada da Visa, a Wirecard. Na Visa, a Monaco está sendo analisada por meio do processo de avaliação da emissora de cartão de crédito, segundo a porta-voz Lea Cademenos.

Cademenos não informou como a decisão da Monaco de promover duas relações inexistentes com a Visa afetaria o processo de análise. A Wirecard não deu retorno aos pedidos de comentário.

“Analisando em retrospectiva, provavelmente não deveríamos ter colocado o nome da Visa lá”, disse Kris Marszalek, CEO da Monaco, em entrevista. “Provavelmente teria sido mais prudente simplesmente deixá-lo de fora até que tudo estivesse pronto.”

Em comunicado à imprensa, em 31 de agosto, a Monaco anunciou um novo aplicativo móvel, além de planos para lançar cinco cartões de pagamento diferentes. Não houve menção à Visa. O valor da moeda da Monaco caiu 29 por cento naquele dia. Contabilizando todos os altos e baixos, o valor da moeda da Monaco triplicou desde 17 de maio.

As novas empresas de moedas digitais estão clamando por acordos com a Visa, porque com isso suas moedas seriam aceitas em 44 milhões de lojas da rede da Visa. Mas há obstáculos. Enquanto as criptomoedas normalmente oferecem transações anônimas aos usuários, as redes de pagamento e instituições financeiras são obrigadas a seguir as regras do tipo “conheça seu cliente” para evitar lavagem de dinheiro e financiamento a atividades criminosas.

Afirmar que o mercado de dinheiro digital é como o Velho Oeste seria injusto com essa época comparativamente pacata da história norte-americana.

Dezenas de criptomoedas disputam a atenção dos investidores com poucas restrições e a mentalidade de lançar produtos precoces. O refrão que diz “o comprador que se cuide” parece inadequado, e mencioná-lo é quase uma ingenuidade.

A moeda digital da Monaco subiu 166 por cento em 16 de agosto, para US$ 7,65, quando a empresa anunciou que a listaria na Binance -- uma bolsa de criptomoedas da China --, dando aos usuários da Monaco na China a capacidade de negociar os tokens de forma segura.

Marszalek disse que ele e sua equipe estão focados em garantir um acordo com a Visa. A empresa recebeu 13.000 reservas por cartões da Monaco, disse ele. Um investidor voraz inclusive aportou o equivalente a US$ 2 milhões em ethereum, outra criptomoeda, para garantir o cartão black número 1 da empresa.

“Quando você é bem-sucedido, não aprende tanto”, disse Marszalek. “Você aprende as lições melhor quando as coisas dão errado, e não o contrário.”

 

-(Gráfico/Bloomberg)

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